quarta-feira, 3 de março de 2010
III Domingo da Quaresma
Somos todos pecadores, todos precisamos de conversão.
A única diferença entre os pecadores, é que há alguns que reconhecem que Deus os continua a amar e que está pronto a perdoar-lhes: consideram-se pecadores amados por Deus.
Ele vem libertar-nos de todas as escravidões. Não nos deixemos escravizar pelo egoísmo e por tudo o que nos impede de ser felizes. Somos livres para amar.
Amor com amor se paga.
Apliquemos este provérbio à nossa vida.
Leitura do Livro do Êxodo (3, 1-8. 13-15)
Publico esta leitura em forma de narração.
(Uma luz vermelha faz de chama ardente e Moisés, de túnica branca, faz lentamente os gestos de se aproximar, escutar, descalçar as sandálias, prostrar-se.
Pode optar-se, simplesmente, por uma leitura dialogada).
Narrador – Naqueles dias, Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro. Ao levar o rebanho para além do deserto, chegou ao monte de Deus, o Horeb.
Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor, sob a forma de uma chama ardente no meio de um silvado. Viu que o silvado estava a arder, mas não se consumia.
Moisés disse:
Moisés – Vou aproximar-me, para ver tão assombroso espectáculo: porque motivo não se consome o silvado?
Deus (voz off) – Moisés! Moisés!
Moises – Aqui estou!
Deus (voz off) – Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos pés, que o lugar onde estás é terreno sagrado.
Moisés – Quem és tu?
Deus (voz off) – Eu sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob.
Moisés – E que quereis de mim?
Deus (voz off) – Eu vi a situação humilhante do meu povo que está no Egipto. Conheço os seus sofrimentos. Desci para o livrar das mãos dos Egípcios e o levar desta terra para um excelente e vasto país onde correm leite e mel.
Moisés – Vou então ter com os filhos de Israel e dizer-lhes que o Deus de nossos pais me enviou. Se me perguntarem qual o Seu nome, que hei-de responder-lhes?
Deus (voz off) – Eu sou Aquele que sou. Será este o meu nome para sempre.
Reflexão
Eu vi…
Uma vez, Moisés foi guardar o rebanho do sogro. A um certo momento, viu uma grande chama a arder sem se apagar. E deste fogo saiu a voz de Deus.
- Moisés, Moisés! Descalça as sandálias que o lugar que pisas é sagrado.
Moisés não sabia bem quem lhe falava. Foi então que Deus disse:
- Eu sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob. Eu vi como o povo de Israel sofre.
Vi as crianças recém-nascidas a serem mortas.
Vi os jovens e adultos no trabalhos forçados, a serem espancados.
Vi a fome e a miséria das famílias.
Decidi libertar o meu povo da escravidão do Egipto.
E foi assim que Moisés foi chamado para libertar o povo da escravidão do Egipto e o levar uma nova terra.
O nosso Deus é um Deus que vê, escuta, liberta, faz feliz.
Eu hoje vejo…
Hoje, o mesmo Deus de Moisés pode falar-nos a cada um de nós, em qualquer lugar, e dizer-nos algo de parecido ao que disse então a Moisés. Dir-nos-á:
- Eu sou o Deus que falou por Jesus Cristo. Ele veio para fazer de vós uma família de irmãos felizes. Mas eu vejo hoje coisas muito tristes.
Vejo crianças famintas, exploradas, abandonadas.
Vejo jovens deformados pela droga, pelo álcool e pela Sida.
Vejo famílias sem casa digna, sem pão, sem alegria.
Vejo tantas coisas que me comovem o coração.
Decidi libertar o meu povo de todas as escravidões.
E é assim que cada um de nós, nesta Quaresma, é convidado a ser solidário com quem não vive ainda com a dignidade humana a que tem direito.
Acção de Graças
(O refrão pode ser feito pelos catequistas ou pelo celebrante)
«Tudo o que fizerdes a estes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fazeis».
1- Senhor, quando é que te vimos com fome e te demos de comer?
2- Quando é que te vimos com sede e te demos de beber?
1- Quando é que te vimos sem casa e te abrimos a porta?
2- Quando é que te vimos sem roupa e te vestimos?
«Tudo o que fizerdes a estes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fazeis».
1- Quando é que te vimos doente e te fomos visitar?
2- Quando é que te vimos na prisão e te fomos ver?
1- Quando é que te vimos sem emprego e te demos trabalho?
2- Quando é que te vimos drogado e te libertamos do vício?
«Tudo o que fizerdes a estes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fazeis».
1- Quando é que te vimos rejeitado e te acolhemos?
2- Quando é que te vimos a precisar de ajuda e te demos a mão?
1- Quando é que te vimos na solidão e te fizemos companhia?
2- Quando é que te vimos a ser atacado e te fomos defender-te?
«Tudo o que fizerdes a estes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fazeis».
1- Quando é que te vimos a chorar e te enxugámos as lágrimas?
2- Quando é que vimos sem esperança e te demos alegria de viver?
«Tudo o que fizerdes a estes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fazeis».
E este é o jejum que nesta Quaresma agrada ao Senhor.
Levar para casa
Na paciência do seu amor, Deus nos propõe o caminho que leva a Ele; espera paciente que nos decidamos a tomá-lo.
Na bondade do seu amor, Deus caminha connosco; faz-se nosso guia e nosso alimento, para termos a força de chegar até Ele.
No partilhar do seu amor, Deus coloca no nosso caminho, uma multidão de irmãos, e nos convida a dar-lhes as mãos para juntos, caminharmos, mais alegremente, para a sua casa do Pai.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário