sexta-feira, 29 de abril de 2011

Actividades para os Domingos que seguem à Páscoa



II Domingo da Páscoa (João 20, 19-31)




III Domingo da Páscoa (Lucas 24, 13-35)




IV Domingo da Páscoa (João 10, 1-10)




V Domingo da Páscoa (João 14, 1-12)




VI Domingo da Páscoa (João 14, 15-21)




Ascensão do Senhor (Mateus 28, 16-20




Pentecostes (João 20, 19-23)




segunda-feira, 25 de abril de 2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Análise médica e científica da Paixão de Cristo



Pelos testemunhos e pelos dados que foi possível encontrar, Cristo media 1.83 metros, tinha um corpo forte e musculosos, era moreno, tinha olhos escuros, cabelos pretos e abundante. O nariz era grande, tipicamente judeu, lábios carnudos e pesava 85 quilos.
A sua discrição encaixa-se perfeitamente na definição atlética, que corresponde a um carácter equilibrado e enérgico, com movimentos lentos e tranquilos. Caracteriza-se ainda pela perseverança e sobriedade mas capaz, as vezes, de movimentos impulsivos.

Jejuar durante 40 dias

A primeira coisa que nos chama atenção, apesar de ser muito anterior à Paixão propriamente dita, é a possibilidade de um jejum tão prolongado, como se diz, de (40 dias e 40 noites).
Neste aspecto registou-se alguma polémica. Alguns cientistas são de opinião que seria necessária alguma intervenção sobrenatural para que fosse possível sobreviver a um jejum tão prolongado. Contudo, os médicos acreditam que esse jejum atinge as margens do possível.
Segundo uma ordem lógica, a abstinência continuada produz fome e sede, sensação dolorosa, desfalecimento, debilidade muscular e frio. E, se o jejum se prolongar, pode advir mesmo a morte. A destruição começa pela gordura, passando depois aos órgãos mais complexos, às reservas, músculos e, por último, ao sangue. Ossos e sistema nervoso, por serem os menos oxidáveis, são os que menos peso perdem.
Contudo, o jejum modifica o metabolismo. Está demonstrado que o consumo orgânico diminui a abstinência. Ou seja, quanto mais se prolonga a abstinência menor é o consumo das reservas próprias do indevido e menor é o metabolismo. É como se o corpo desse um sinal de alarme, indicando que há uma escassez e que por isso é necessário utilizar o máximo de energia possível. (O emagrecimento por jejum é espectacular no inicio, mas em fases posteriores é muito lento).
Alem disso, não se pode esquecer que o numero 40 era um número simbólico e muito utilizado naqueles tempos. Moisés e Elias contam-nos que também jejuaram durante 40 dias e 40 noites. O Dilúvio também durou 40 dias e 40 noites. Talvez os 40 dias de jejum de Jesus não tenham sido 40 dias tal como imaginamos. Podemos pensar que era mais uma frase feita.
Em todo o caso, foram realizados estudos que podíamos denominar “jejuadores profissionais”. A conclusão a que chegamos é que Cristo teve de reduzir ao máximo a sua actividade durante esse tempo para que o seu consumo fosse o mínimo possível.
Relativamente ao êxtase de que se fala, poderá existir uma relação com o jejum prolongado ou com a redução do metabolismo.
Em qualquer caso, é possível fazer-se um jejum prolongado.

É possível soar sangue?

Um dos problemas que chamou a atenção foi o suor de sangue. Dizem: “ cheio de angústia chorava com insistência e suou grossas gotas de sangue que corriam para a terra”.
A ciência médica não enjeita a possibilidade de uma transpiração sanguínea. Não seria uma transpiração como tal, mas partículas meio coaguladas, tanto no rosto como noutras partes do corpo. É um fenómeno dominado hematose.
Isto acontece nos casos de forte tensão e angustia, quando há uma vasodilatação muito intensa dos capilares subcutâneos. Distendidos ao máximo pelo efeito da angustia, medo ou um forte sofrimento moral, podem romper-se e entrar em contacto com as glândulas sudoriparas. O sangue mistura-se com o suor e a sua saída para o exterior realiza-se através dos poros.
Não é fácil que isto aconteça, mas poderá ter uma explicação científica.

A coroa de espinhos

Outros dos temas abordados pela ciência foi o da coroa de espinhos. O primeiro problema que se colocou foi saber de que material era feita. Uns afirmam que se tratam de espinhos grossos e outros de espinhos finos.
De qualquer forma, tanto num caso como no outro, teria como consequência uma forte hemorragia devido à perfuração dos vasos que rodeiam a cabeça. Além disso, a perfuração dos tecidos finos que existem entre a pele e a caixa craniana produz uma forte inflamação com uma dor muito intensa.

A flagelação

Como é sabido, Cristo foi atado a uma coluna para receber o clássico castigo das 40 chicotadas. Segundo todas as discrições, o flagelo era uma espécie d chicote curto que tinha nas extremidades bolas de chumbo. Eram às vezes utilizados flagelos de três correias para aplicar o castigo dos 39 golpes. Tudo parece indicar que Jesus recebeu 80 golpes – 80 feridas – que corresponderiam às 40 chicotadas.
Segundo todos os indícios, os seus músculos teriam ficado praticamente destruídos. Além disso, pode imaginar-se a grande perda de sangue resultante dos cortes na pele.
A flagelação, segundo o costume da época, tinha três objectivos:
o castigo em si, obter confissões do réu ou de uma terceira pessoa, deixar o penoso em condições físicas tais que tornassem impossível uma rebelião ou sublevação violenta. a flagelação parece ter provocado uma serie de lesões nos músculos toráxicos.

As quedas

Foi nesse estado – músculos desfeitos, coroa de espinhos, hemorragias – que começou o caminho do Calvário.
As quedas são, assim, absolutamente normais e reais. É, além disso, possível que dado o seu estado físico se receasse pela sua vida antes de consumar o sacrifício da cruz. Daí a presença de Cirineu, que o terá ajudado a levar a cruz, por vontade própria ou por ordem dos pretorianos.
Tudo indica que, no caminho para o calvário, Cristo tenha transportado somente o pau transversal da cruz. Segundo a tradição, o pau vertical estaria já colocado no local do suplício. Cálculos realizados concluíram que o pau transversal pesava cerca de 45 quilos. No estado em que se encontrava, e transportando esse pau, supõe-se que as quedas terão ocorrido directamente sobre os joelhos.

A cruz

Apesar de toda a iconografia conhecida das representações, tudo indica que Cristo não teve nenhum apoio nos pés e que foi cravado directamente nos troncos. Não se sabe ao certo se os pregos atravessavam as palmas das mãos. A lógica diz que, a ser assim, ter-se-ia verificado um dilaceramento quase imediato das mesmas. Tudo parece indicar que foi cravado nos pulsos. Daí a contracção dos dedos polegares para dentro. (Os que acreditam na autenticidade da Semana Santa destacam que é por isso que só são visíveis quatro dedos em cada mão).

A lança

A ferida no costado parece ter sido feita depois de morto. Chamou-nos especial atenção o facto de se dizer que a ferida terá deitado sangue e água.
Muitos supõem que o liquido misturado com o sangue poderia resultar de um derrame pleural, apesar de não parecer possível que Cristo sofresse de uma pleurisia nos últimos anos, tendo em conta a sua constante actividade. Alguns chegaram mesmo a adiantar a hipótese de se tratar de um quisto hidático. Não obstante parece mais possível tratar-se de uma efusão pleural motivada pelas contorções na parede toraxica durante a crucificação e pelos sofrimentos e agonia.

Médico Ramon Sanchez-Ocaña

terça-feira, 19 de abril de 2011

Semana Santa... (sugestões e actividades)

A Última Ceia






Jesus Lava os Pés aos Seus Discípulos






Oração no Monte das Oliveiras




Judas Trai Jesus




Jesus Perante o Sinédrio




Pedro nega Jesus




Pilatos Lava as Mãos




Jesus Coroado de Espinhos




Jesus é açoitado




Jesus Carrega a Cruz




Jesus é Pregado na Cruz




Jesus Despede-se da Sua Mãe




Jesus Morre na Cruz





Negrito
Jesus é Sepultado





Quinta feira Santa




Sexta-feira Santa




Sabado Santo - 1 e 2





domingo, 17 de abril de 2011

Rezar em família durante a semana Santa



Segunda-feira
Graças, Senhor, por Ti mesmo.
Graças, Senhor, pela tua presença.
Graças, Senhor pelo teu amor.

Terça-feira
Recria-nos, Senhor Jesus,
Recria-nos no amor.
Que o teu perdão e a tua bondade
Façam possível a luz e a paz.

Quarta-feira
Como é difícil sair,
Sair de tudo o que nos rodeia e atrai.
Só em ti há liberdade, é que somos livres.
Liberta-nos, Senhor, no amor.

Quinta-feira
Senhor, Jesus, Tu estás onde a vida está pronta a quebrar-se
E estás sempre a favor da vida.
Faz, Senhor, possível a vida.

Sexta-feira
Diz-me onde vives,
Mestre onde vives?
Onde, Senhor,
Devo eu procurar-te?
Indica-me o caminho.
Que seja possível eu encontrá-lo.

Sábado
Sem o silêncio
Não é possível escutar-te, Senhor,
Agora que permaneces no silêncio
Que o meu coração escute o Teu silêncio
E seja possível eu estar onde tu estás.

sábado, 16 de abril de 2011

Domingo de Ramos ano A



A Semana Santa começa no Domingo de Ramos ou da Paixão do Senhor, que celebra em simultâneo o triunfo real de Cristo e o anúncio da Paixão.
A partir de hoje acompanhamos Cristo a caminho da entrega total de si mesmo, aclamado por uma multidão pela qual vai dar a vida. É uma multidão volúvel, tão pronta a aclamá-Lo Rei como a gritar pela sua morte. Ele porém, não muda. O seu amor é sempre um amor de entrega e de acolhimento da vontade do seu Pai.

Evangelho de S. Mateus 26, 14-27,66 ou 27, 11-54


Meditar
O amor é a possibilidade de tudo. Sem ele nada é possível, só o amor é a possibilidade do impossível se fazer possível. Com a morte de Jesus, Aquele que antes tinha sido acolhido festivamente na cidade de David, todos pensaram que tudo agora tinha findado, tudo agora se tinha fechado, tudo agora se tinha ausentado: até Deus. E assim foi sentido por Jesus. Ser este Jesus o Messias, o salvador, seria algo impossível: ser este Jesus um santo, seria impossível. Mas há uma outra possibilidade: a de Deus. O amor tudo faz possível e é possível o amor a todos. Sim, Jesus é possível.

A semana Santa começa em festa. Todos se alegram com a presença de Jesus. Aplaudem-n’O como Messias, salvador. Muitos esperam que Ele Se assuma como um guerreiro que derrotará os romanos. Mas Jesus chega montado num burrinho, sinal de paz e simplicidade.
Às vezes, Jesus á diferente da ideia que fazemos d’Ele.

Oração
Festas e aplausos para ti, Jesus.
Tu vens ao nosso encontro e trazes grandes notícias.
Há ramos que se agitam para Te louvar.
Tu mudas a nossa vida e nos trazes alegria.
Vem, Jesus, entra na nossa cidade e na nossa vida.
Traz a tua presença e a tua Palavra. Vem para que haja esperança e luz em todas as casas.
Vem para que haja amor e perdão em todos os corações.



... … Palavras Importantes do Evangelho … …

Hossana – É um grito, uma aclamação de louvor. Era usada quando as pessoas estavam muito contentes e queriam homenagear a causa da sua alegria.

Filho de David – Era um dos títulos do Messias. O Messias, enviado por Deus, seria descendente do grande rei David.

Jumentinho – Jesus não entra em Jerusalém como um rei poderoso, montado num cavalo de guerra. Ele usa um meio pobre, um burro. Vem como um simples amigo dos pequenos e dos pobres.





quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sabias que... Quaresma


Sabias que o tempo Quaresma (em latim, Quadragésima) tem como origem o número quarenta, que se refere aos quarenta dias que antecedem os grandes dias das solenidades pascais?

Sabias que a simbologia dos quarenta dias é inspirada em numerosos factos da Escritura?
Os quarenta anos que o povo de Israel passou no deserto, os quarentas dias que Moisés passou no monte Sinai, os quarenta dias do dilúvio universal, os quarenta dias que Elias caminhou no deserto e, finalmente, os quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de iniciar a sua vida pública, e os quarenta dias que decorrem entre a Ressurreição e a Ascensão do Senhor?

Sabias que, na realidade a Quaresma conta quarenta e quatro dias, já que no inicio, a Quaresma começava no 1 Domingo e só no final do século V foi antecipada para a Quarta-feira de Cinzas?

Sabias que na tradição oriental, os Domingos não contam como tempo de Quaresma?

Sabia que a base das atitudes quaresmais é a esmola, a oração e o jejum, inspirados no texto de Mt 6, 1-18 e que este texto é lido logo no inicio da Quaresma, na Quarta-feira de Cinzas?

Sabias que este texto de Mt 6, 1-18 se inclui no grande Discurso da montanha, e que inclui o centro de todo o Discurso, que é a oração do Pai-Nosso?

Sabias que a prática do jejum quaresmal estava reservada aos catecúmenos que se preparavam para receber o Baptismo na Vigília Pascal e que, pouco a pouco, se foi estendendo a toda a comunidade cristã?

Sabia que a prática do jejum não tem apenas um carácter penitencial, mas também espiritual e iluminativo, isto é, possibilita que o cristão, através do jejum, se possa abrir mais ao sentido espiritual da Quaresma, da relação com Deus e da conversão da sua vida?

Sabias que, na sua Mensagem para a Quaresma de 2009, o Papa Bento XVI alertava para o facto que o jejum não deve ser entendido apenas como uma medida terapêutica de curar o próprio corpo, mas «é em primeiro lugar uma “terapia” para curar tudo o que nos impede de nos conformarmos com a vontade de Deus»?

Sabias que a prática do jejum está intimamente ligada com a prática da esmola e do serviço aos outros, sobretudo os mais pobres, uma vez que ambos fazem ressaltar a necessidade de evitar o supérfluo e partilhar com os que nada têm?

Sabias que a imposição das cinzas se começou a fazer, nos finais do séc. V, na quarta-feira antes do primeiro Domingo da Quaresma aos penitentes que se preparavam para a reconciliação na Vigília Pascal, e que, pouco a pouco, se estendeu a toda a comunidade?

Sabias que o convite essencial da Quaresma é a revisão da própria vida à luz de Cristo e do seu Evangelho, e as implicações que isso tem na vida de cada cristão?

Sabias que o tempo de Quaresma é essencial para a conversão a Cristo e ao seu modo de vida, e que um dos meios privilegiados para esta conversão é a celebração do sacramento da reconciliação, como sinal de mudança de vida a partir do imenso perdão de Deus Pai?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Rezar em família durante a quinta semana da Quaresma



Domingo
Ajuda-me, Senhor, a exercitar o serviço do olhar.
Dá-me o teu Espírito,
Para derramar a Tua ternura.
Quero dar aos enfermos a tua alegria.

Segunda-feira
Com os que não condenam, dou-te graças, Senhor.
Com os que levantam a vida frágil, dou-te graças.
Que seja possível que olhes as vítimas com o teu olhar.

Terça-feira
Faz-me viver a vida, meu Deus,
Com uma dança nos braços da tua graça,
Com a música universal do amor.

Quarta-feira
A tua Palavra, Jesus, recria-me cada dia;
Abre para mim o teu amor
Faz-me caminhar com alegria
No meio das dificuldades de cada dia.

Quinta-feira
Vós sois a fonte da vida.
Graças, Jesus, pela vossa vida.

Sexta-feira
Deus de bondade e de amor a todos,
Quero entoar um hino à alegria,
Quero que o seu eco desperte o mundo.
Grandes e maravilhosas são as possibilidades das tuas obras.

Sábado
Louvo-te por José.
Dou-te graças pela sua fé.
Bendigo-te pelo seu respeitoso amor.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

5º Domingo da Quaresma (ano A)



Aproximamo-nos do fim da Quaresma.
O Evangelho do 5º domingo da Quaresma coloca-nos face ao poder de Deus.
Depois da água (Terceiro Domingo), da luz (Quarto Domingo), é-nos apresentada a vida no sinal da ressurreição de Lázaro. O baptizado é aquele que passa de um estado de vida de pecado, de desconhecimento de Deus, para a vida nova inaugurada na Ressurreição de Cristo.

(Num grupo de catequese ou numa eucaristia para crianças e adolescentes, antes do Evangelho pode haver o seguinte diálogo, seguido de um breve silêncio ou cântico antes do Evangelho).

Túmulo 1- Desta minha situação, preso aos meus caprichos, a Ti clamo, Senhor.

Grupo de crianças – Senhor, escuta a minha voz. Estejam os teus ouvidos atentos à voz da minha súplica.

Túmulo 2- Desta minha situação, preso à superficialidade, a Ti clamo, Senhor.

Grupo de crianças – Senhor, escuta a minha voz. Estejam os teus ouvidos atentos à voz da minha súplica.

Túmulo 1- Desta minha situação, arrastado pela corrente dos outros, a Ti clamo, Senhor.

Grupo de crianças – Senhor, escuta a minha voz. Estejam os teus ouvidos atentos à voz da minha súplica.

Túmulo 2- Desta minha situação, atado pela preguiça e pela apatia, a Ti clamo, Senhor.

Grupo de crianças – Senhor, escuta a minha voz. Estejam os teus ouvidos atentos à voz da minha súplica.

Voz off – Do Senhor nos vem a misericórdia.
Do Senhor nos vem a salvação.
Esperai no Senhor.
Esperai na sua palavra.

Túmulos – Do fundo de nós mesmos, a Ti clamamos, Senhor.

Voz off – “Arrancar-vos-ei dos vossos sepulcros”.
“O que não tem o Espírito de Cristo, não é de Cristo”.
“Se acreditares, verás a glória de Deus”.

(Cântico ou Silêncio)



Evangelho de S. João 11, 1-45


Meditar
É significativo o diálogo de Jesus e Marta. No intercâmbio, Marta vai entrando, conduzida por Jesus, na experiência da fé.
Pelas suas palavras note-se como no coração de Marta se misturam a fé e a desilusão face à pessoa de Jesus.
Mas o mais importante é que à sua experiência de fé lhe falta ainda um conhecimento mais profundo daquilo que Jesus lhe pode oferecer.
Por isso Marta não consegue conectar a sua fé na ressurreição dos mortos no último dia: Eu sei que ressuscitará na ressurreição do último dia (11, 24), afirmação comum entre os israelitas, com a fé actual na mesma pessoa de Jesus.
A dupla convicção de Marta que por duas vezes repetiu “eu sei”… “eu sei”… dá azo a que Jesus lhe mostre aquilo em que se deve acreditar.
É isto em que se deve acreditar: que a ressurreição provém da própria pessoa de Jesus e não de uma expectativa aberta ao futuro incerto (11, 25-26).
Ao perguntar-lhe: Acreditas nisto? Jesus inicia-a já na experiência da ressurreição, porque conforme as suas próprias palavras: O que crê em Mim… viverá, e este “viver” e “crer” em Jesus é a garantia da ressurreição. Marta, então chega à fé: compreende e faz uma profissão de fé de altíssimo nível: Sim, Senhor, eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, Aquele que devia vir ao mundo (11, 27).

Depois de proclamar ao mundo a sua unidade perfeita com o Pai, Jesus pronuncia solenemente o imperativo: Lázaro, sai cá para fora! Esta é a palavra que todo o crente escuta ao sair da fonte baptismal e que o faz passar da antiga vida a uma nova existência; é a palavra que todo o crente escutará no fim desta vida: É chegada a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão… (5, 28-29).


Oração
Amigo Jesus, eu sei que Tu és o enviado de Deus.
Eu sei que Tu és a ressurreição e a vida.
Eu sei que quem confia em Ti nunca andará triste.



... … Palavras Importantes do Evangelho … …

Lázaro, Marta e Maria – Eram três irmãos de quem Jesus era muito amigo. Com frequência parava em casa deles.

Túmulo – Os judeus não punham os mortos em caixões, debaixo da terra, como nós fazemos. Embrulhavam o morto em faixas de pano e colocavam-no em túmulos cavados na rocha e tapados com grandes pedras.

Cristo – É uma palavra que quer dizer “ungido”, marcado por Deus. em hebraico diz-se “Messias”. Maria reconhece que Jesus é o Messias, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo.





domingo, 3 de abril de 2011

Via-Sacra, Cristo hoje de novo crucificado



É tradição da Igreja que, ao longo da Quaresma, se reze a Via-sacra, e de modo particular na Sexta-Feira Santa.

São inumeráveis os textos à disposição para esta prática de piedade, embora sugiro as citações de uma Via-sacra bíblica. Portanto, limito-me aqui a oferecer como complemento, uma oração e um gesto simbólico.

Objectivo desta proposta:
Compreender que o relato da Paixão e Morte do Senhor ainda não terminou e que as “estações” continuam infinitamente em cada ser humano que sofre pelos mais variados motivos.

Desenvolvimento
  • É conveniente que os textos específicos da Via-sacra sejam lidos por uma mesma pessoa (guia).
  • Diferentes pessoas, conforme se trata de homens ou mulheres, jovens ou idosos, etc., podem ler as orações que sugiro.
  • Os mesmos leitores das orações (ou membros da comunidade) depositam aos pés de uma cruz proclamada, ou em cada estação, um elemento simbólico representando os novos ‘cravos’ da Via-sacra contemporânea…



1ª Estação


A Última Ceia
Jo 13, 1-4. 12-15

Oração de um(a) professor(a) de uma zona rural

Elemento simbólico:
- Uma bata branca



“Senhor Jesus, tenho 35 anos e sou professor(a) rural.

Na única sala da minha escola não só devo dar aulas de diferentes classes aos meus variados alunos como, em cada manhã, devo dar-lhes de comer para que não durmam sobre as carteiras.

Eles querem aprender, mas não são bem alimentados e, com o estômago vazio a inteligência não consegue obedecer…

São filhos de camponeses e comem uma vez por dia. Para chegar à escola percorrem quilómetros nas suas sapatilhas rotas e as batas que um dia foram brancas, denunciam o desejo obstinado de querer aprender a ler e escrever…

Se o Reino dos Céus é dos que se fazem como eles, porque não somos capazes de fazer com que não lhes falte o necessário, de construir um futuro melhor para eles?”



2ª Estação

Jesus no Getsémani
Mt 26, 36-46

Oração de um doente

Elemento simbólico:
- Uma bandeja repleta de frascos com comprimidos de diferentes formas e cores.



“Jesus, estou doente com Sida.
Só a minha mãe e um amigo me visitam aos sábados.

O hospital tem cinco mil janelas que não dão para lado nenhum e três mil camas de dor…
A minha cama é a 541 do 4º piso, mas eu sou algo mais do que um número.

Jesus, estou sozinho! A minha Sida e eu e o número da minha cama.
O hospital é enorme…
Se alguém me vem visitar, é difícil que me encontre…

Porque sou um número para os outros, se tu me criaste pessoa?

Quando o número 541 morrer, haverá um novo número no meu lugar.
As cinco mil janelas foram feitas para nós, mas não levam a lado nenhum.
A Sida e eu somos uma única coisa. Eu sou uma pessoa”.



3ª Estação

Julgamento do Sinédrio e de Pilatos
Mc 14, 53-65. 15, 1-15

Oração de um toxicodependente

Elemento simbólico:
- Uma seringa


“Senhor, tenho 18 anos e sinto-me só. Com os meus pais as coisas vão muito mal. Os meus estudos não andam, mas também não quero que andem melhor. Cada vez me custa mais estudar…

Quando me drogo. Consigo escapar desta sensação de vazio que é a minha vida, do desamor dos meus pais, do absurdo de tudo.

Mas quando me passa o efeito, volto a ter de enfrentar estes verdugos. Para os outros é fácil julgar-me, mas não sabem que não tenho forças nem motivações suficientes para sair deste inferno…

Eu sei que me meti numa engrenagem de que não posso sair…
Sei onde está a luz, mas já não tenho forças para iniciar o caminho e a alcançar…”



4ª Estação

A Flagelação e a Coroação de Espinhos
Jo 19, 1-3

Oração de uma mãe

Elemento simbólico:
- Uma fotografia emoldurada ou uma imagem de uma revista de uma mãe com filhos


“Senhor, sou uma mãe que não se pode encontrar com os seus filhos. Às vezes pergunto para que é que tive filhos…

Não me divorcio porque amo o meu marido, ainda que às vezes duvide se ele me ama como antes me amava…

À medida que vão chegando os filhos, renovam-se as esperanças de uma mãe, mas quando ficam crescidos começa-se a pensar se vale a pena trazê-los ao mundo. Cada vez me apreciam menos e cada vez menos posso abrir a boca na sua presença. Às vezes creio que se eu faltasse, eles só notariam pela comida e pela limpeza da roupa.

Jesus, a alegria está a desaparecer em mim, e farto-me de todos e de tudo.

No caminho da cruz dizem que Te encontraste com a tua Mãe. Eu, Jesus, sou uma mãe que não se encontra com os seus filhos…”



5ª Estação

Jesus com a Cruz às Costas
Jo 19, 14-17

Oração de um imigrante

Elemento simbólico:
- Uma peça de roupa (ou outro objecto representativo) de um imigrante africano ou do Leste europeu – mala ou bolsa


“Senhor, deixei o meu país há meses. O meu dinheiro mal dava para a viagem e para começar a trabalhar com algo no bolso, mas durante a viagem roubaram-me.

Nos primeiros dias ajudaram-me algumas pessoas, mas não posso continuar assim. Não é tão fácil como pensava: não há trabalho e o pouco que há é mal pago.

Deixei a minha esposa e os meus filhos com a esperança de lhes mandar alguma coisa para que fiquem melhor, mas nem sequer posso comunicar com eles. Tenho muitas saudades deles e sinto-me só, tremendamente só num país que não é o que eu pensava e numa situação tão triste que, pouco a pouco, vai matando as minhas pobres esperanças.”



6ª Estação

Jesus Cai Sob o Peso da Cruz
Mt 11, 28-30

Oração de uma adolescente grávida

Elemento simbólico:
- Fraldas, chupeta, biberão, etc.


“Senhor, tenho apenas 15 anos e já estou à espera de um filho.
Vivo nos subúrbios e não tenho trabalho.
Sou a mais velha dos meus oito irmãos e os meus pais estão fora durante todo o dia, fazendo todo o tipo de trabalhos para nos dar de comer. Quando souberam que eu estava à espera de bebé, reprovaram-me por não ter tido cuidado.

Quem me explicou alguma coisa? Quem me disse como evitar?

Alguns disseram que era apenas mais uma boca para alimentar e outros que eu tinha saído à minha mãe…
A minha tia sugeriu-me que não o tivesse, que conhecia uma senhora com um certo jeito…, mas tenho muito medo…

Todos me dizem coisas, quando já é tarde e não sei o que é que hei-de fazer.

Estou sozinha, Senhor, no meio da tempestade.
Sozinha, com o meu filho não desejado…”



7ª Estação

Simão de Cirene ajuda Jesus
Mc 15, 20-22

Oração de um preso

Elemento simbólico:
- Correntes, algemas


“Senhor, já cá estou há muito tempo e ainda me falta mais tempo para sair. Todos os dias são iguais e cada vez me sinto mais angustiado por me terem roubado a vida.

À medida que o tempo passa, vou-me dando conta do erro que cometi e estou arrependido. Mas aqui o ambiente é tão cruel como aí fora e nada nem ninguém nos ajuda a sermos melhores. Isto é viver? Vale a pena continuar assim?

Às vezes sinto que a minha cela é uma espécie de túmulo onde vou vivendo a minha agonia. Porque, ainda que um dia possa sair daqui, quem me dará um trabalho?
Além disso, já não serei o mesmo. Serei apenas ‘o que esteve na cadeia’…”



8ª Estação

As Mulheres de Jerusalém Choram por Jesus
Lc 23, 27-31

Oração de uma mulher descriminada

Elemento simbólico:
- Uma gravata


“Senhor, fui tão influenciada que não posso ser eu mesma.
A televisão diz como me tenho de vestir, o que tenho de comer, como me devo pentear…
Antes eram os meus pais que decidiam por mim. Agora são os meios de comunicação, as modas, geralmente dirigidos por homens.

Na empresa em que trabalho sei que nunca poderei chegar a determinados cargos, apesar de estar preparada para eles e, em relação ao dos meus companheiros homens, o meu ordenado será sempre inferior. Mas eu Jesus, sou um ser humano e não uma coisa.

O que devo fazer para não ser descriminada, para ser valorizada de forma concreta, para recordar a todos que também eu fui criada à tua imagem e semelhança?”



9ª Estação

A Crucificação de Jesus
Lc 23, 33-38

Oração de um desempregado

Elemento simbólico:
- A secção dos classificados de um jornal


“Senhor não tenho trabalho. Só tenho as minhas duas mãos. Não tenho educação nem cultura. Não tenho mais do que as minhas duas mãos, muitos filhos e a minha esposa.

Os biscates que fazemos aqui e ali, não dão para nada.
O que havemos de comer?

Os meus filhos não têm culpa de que haja crise no nosso país e eu não sou culpado de não ter tido meios para estudar.

As famosas “leis do mercado” de que somos vitimas abrem cada vez mais as feridas da nossa miséria quotidiana.
Sou pai de família e, quando os meus filhos me pedem pão, não lhes posso dar uma pedra. Não é verdade Jesus?”



10º Estação

O Bom Ladrão
Lc 23, 39-43

Oração de alguém mesmo pobre

Elemento simbólico:
- Um prato vazio


“Não tenho nada Senhor. Às vezes penso que nem sequer tenho vida, mas devo tê-la, porque me doem as minhas pernas… devo estar vivo.

Eu sou uma partícula dessas duas terças partes dos homens que passam fome.

Eles, os que têm tudo e que não se preocupem, que não temam; nós não lhes podemos fazer nada. Nós só temos fome.
Das suas poltronas não podem ver a nossa fome porque os seus televisores apresentam-nos a eles como um produto exótico e inofensivo, como vitimas das injustiças de qualquer governo.

E assim, procurando a quem deitar culpas, justificam a sua incapacidade de partilhar. Os meus filhos morrem de fome, enquanto os deles comem com gosto.

Só sei de uma verdade: os seus filhos são os únicos que engordam…”



11ª Estação

Maria e o Discípulo ao Pé da Cruz
Jo 19, 25-27

Oração de um torturado

Elemento simbólico:
- Uma venda e uma corda


“Senhor, espancaram-me até aos ossos. Rasgaram-me o estômago. Deformaram-me a cara. Pontapearam-me mas partes mais sensíveis. Bateram-me nas plantas dos pés até eu desmaiar. Perdi o cabelo e alguns dentes. O branco dos meus olhos ficou amarelo. A minha saúde está definitivamente perdida. Não posso nem sequer estar parado. Parece impossível tanta dor…

A tortura infligida pelos meus verdugos aproxima-se da tua agonia na cruz.

Isso dá-me forças para suportar cada golpe, cada prova.
E entretanto tento que não se apaguem as minhas esperanças.

Permaneço fiel aos meus ideais até que a morte me encontre, com um sorriso nos lábios…”



12ª Estação

A Morte de Jesus
Mt 15, 33-39

Oração de um idoso

Elemento simbólico:
- Chapéu, pantufas e uma bengala


“Senhor, já nem me lembro quantos anos tenho e também não posso recordar-me do nome de todos os meus netos… será porque não me visitam há muito tempo…

No lar de idosos passamos as horas olhando-nos uns aos outros, perguntando-nos quem será o próximo a encontrar a morte.

Estamos todos juntos, numa mesma sala, mas estamos sós, porque os seres ‘queridos’ já não nos querem.

Ás vezes pergunto: Por que não me levas? Sinto-me culpável por viver e ser um estorvo para a minha família, mais uma despesa, uma recordação indesejável daquilo que eles virão a ser um dia…”



13ª Estação

A Sepultura de Jesus
Jo 19, 38-42

Oração pessoal

Elemento simbólico:
- Cada um elege um elemento que simbolize a ‘sua’ cruz


Nesta estação o guia convida à oração pessoal silenciosa, em que cada um interiormente possa apresentar a Deus a sua própria cruz, a sua própria dor, apresentando – se assim desejar - o elemento simbólico escolhido.



14ª Estação

A Profecia de Simeão a Maria
Lc 2, 33-35a

Oração a Maria

Elemento simbólico:
- Uma imagem da Virgem posta aos pés da cruz


“Sou uma mãe, de uma pequena povoação.
Vim a Jerusalém porque sabia que havia perigo.

Não queria senão estar ao lado do meu Filho, se acontecesse alguma coisa.
Já imaginava que não podia fazer nada, mas ao menos estaria junto d’Ele.
E estive junto do meu Filho no momento de maior dor.

Quando tudo passou e Ele entregou o seu espírito, tive de me sentar.

Tinha estado de pé, junto à sua cruz; queria que ele me visse perto.

Não podia fazer mais, mas também não podia fazer menos.

Quando O desceram, estava húmido, branco e frio.

Meu Jesus, meu Filho, a alegria da minha casa, estava sobre os meus joelhos sem vida.

Ninguém pode conhecer a profundidade da minha dor…

Jesus, cada vez que penso na dor de tantos homens doentes, presos, oprimidos, torturados, desaparecidos… lembro-me desse momento e te peço para que o meu ventre fecundo de Mãe não se esqueça da dor dos meus filhos.

Meus filhos, acreditai em mim, ainda que sofrais, Eu estou junto da vossa dor, de pé, convosco”.