domingo, 28 de fevereiro de 2010

Deus e Homem


Quaresma,
Tempo de encontro com Jesus,
Tão humano e tão divino.

Tão humano, que nasceu de uma mulher;
Tão divino, que é Filho Único de Deus.

Tão humano, que se fez igual a nós;
Tão divino, que nunca teve pecado.

Tão humano, que foi tentado pelo Diabo;
Tão divino, que nunca cedeu à tentação.

Tão humano, que até teve fome;
Tão divino, que disse: «Eu sou o pão da vida».

Tão humano, que sentiu cansaço,
Tão divino, que se tornou na nossa força.

Tão humano, que chorou;
Tão divino, que nos consola nas dores.

Tão humano, que sentiu o peso da cruz;
Tão divino, que a cruz é sinal de redenção.

Tão humano, que morreu;
Tão divino, que venceu a morte.

Quaresma,
Tempo de encontro com Jesus.

Sejamos mais humanos e deixemo-nos divinizar.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Transfiguraçaõ de Jesus



Na tempestade, o marinheiro reencontra a esperança, vendo ao longe a luz do farol. O automobilista, bloqueado de noite na neve, encontra confiança vendo, ao longe as luzes do limpa-neve. O caminhante, solitário e exausto, retoma coragem, vendo ao longe, a luz fraca duma cabana.
Jesus antes da sua paixão, antecipa a três apóstolos a gloria da ressurreição, transfigurando-se diante deles.
Ele hoje mostra-se como alguém que já passou pela morte da cruz, que já chegou à gloria e que nos espera. Só nos resta segui-Lo, de coração convertido, e vontade confiante.

Evangelho Lc 9,28b-36

Reflexão

Hoje apresento a reflexão do evangelho sobre a forma de entrevista.

Temos aqui connosco três crianças (ou jovens) que nos ajudarão a perceber melhor o Evangelho que acabamos de escutar. São elas Pedro, Tiago e João, os três apóstolos que Jesus tomou para subirem com ele à montanha.

(Estas três crianças para serem identificadas trazem ao peito um cartaz com o devido nome de João, Tiago e Pedro. A entrevista pode ser feita entre catequista e crianças ou padre e crianças).

Conta-nos João, como é que tudo aconteceu.

João – Nós os três éramos os amigos preferidos de Jesus. Ele convidou-nos a irmos com ele para o silêncio da montanha. Quando chegou, começou a orar.
Embora cansado da subida, eu olhei para ele e fiquei impressionado com o aspecto do seu rosto. Já tinha visto algo de parecido mais vezes. Ele, quando falava com o Pai na oração, tinha um rosto tão belo que é impossível descrever.
O que mais me impressionou foi Jesus a rezar. Mais tarde ate lhe pedimos Senhor, ensina-nos a rezar como tu rezas.

João ficou maravilhado ao ver Jesus a rezar. E tu Tiago, que mais queres contar do que se passou na montanha?

Tiago – Eu estava com sono. Mas depois da oração, vi que apareceram dois homens e Jesus começou a falar com eles. Esses dois homens eram Moisés e Elias, que representavam a Lei e os Profetas. Percebi que falavam da morte de Jesus, iria ser morto em Jerusalém, mas ressuscitaria na manhã de Páscoa.
Eu e os meus colegas ficamos com mais coragem, pois afinal Jesus não iria acabar na morte. Deus iria dar-lhe uma vida nova e para sempre.

Este encontro foi então para vós como que um anúncio da Páscoa de Jesus.

Os três – Sim.

E tu Pedro, não queres dizer-nos o que aconteceu em seguida?

Pedro – Ao contemplar Jesus assim tão belo, como se antecipasse a sua ressurreição, disse a Jesus: «Que bom é estarmos aqui! Vamos fazer três tendas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias».
Sentia-me tão feliz junto a Jesus a contemplá-lo que não me importava de ficar ali toda a vida.

E chegastes a montar as três tendas?

Pedro – Não. Eu nem sabia o que estava a dizer. Ouviu-se ainda a voz de Deus a dizer: «Este é o meu Filho. Escutai-o!»
Depois Jesus voltou a ter a aparência do costume.
Descemos a montanha e voltamos para o trabalho de todos os dias.

(As crianças retiram-se)

Como Pedro no monte da Transfiguração, nós também dizemos: «Como é bom estar com Jesus!» é que ele nunca nos abandona. Vela sempre ao nosso lado como o maior dos nossos amigos. E tem muita força para nos amparar e salvar, porque é Filho de Deus.


Acção de graças

- Eu sei que estás comigo Jesus…

Quando os amigos me abandonarem e não tiver ninguém com quem desabafar, eu sei que estás comigo…
- Eu sei que estás comigo Jesus.

Quando me faltar a coragem para iniciar um novo dia de trabalho a exigir esforço, eu sei que estás comigo…
- Eu sei que estás comigo Jesus.

Quando me custar dizer a verdade ou tiver dificuldade em perdoar de todo o coração, eu sei que estás comigo…
- Eu sei que estás comigo Jesus.

Quando estiver sem alegria no meu coração e me irritar por tudo e por nada, eu sei que estás comigo…
- Eu sei que estás comigo Jesus.

Quando vier a doença e atirar-me para a cama e a obrigar-me a estar sem fazer nada, eu sei que estás comigo…
- Eu sei que estás comigo Jesus.

Eu sei que estás comigo para me escutares, me dares ânimo, seres a minha fortaleza e a minha salvação.
Contigo ao teu lado, não temerei.
Seremos aliados para sempre.
- Eu sei que estás sempre comigo Jesus.


Levar para casa

Enquanto orava, Jesus transfigurou-se.
Que esta Quaresma seja um tempo forte de oração pessoal e familiar.

Há momentos, em que os nossos pés derrapam, as nossas mãos nuas se despegam da muralha inclinada e rochosa da vida: a oração é a «argola espetada» na rocha.

Há ocasiões, em que o barco da nossa vida se agita, desnorteia na tempestade e perde confiança: a oração é a cabo fixado à âncora.

Há circunstâncias em que o nosso espírito anda à deriva, em que o sentido de orientação vagueia: a oração é a bússola que nos permite retomar o rumo certo.

Rezar é frequentar a Deus, agarrar-se a Ele, ligar-se com Ele.

Rezar é transfigurar-se progressivamente, diante de Deus, a exemplo de Cristo no monte Tabor.




Transfiguração de Jesus em BD



domingo, 21 de fevereiro de 2010

Quaresma


Se fossemos… a Quaresma seria…

Se fossemos automóveis, … a Quaresma seria o tempo de mudar o óleo e afinar o motor;

Se fossemos jardins, … a Quaresma seria o tempo de fertilizar a terra e arrancar as ervas;

Se fossemos tapetes, … a Quaresma seria o tempo de dar-lhes uma aspiradela;

Se fossemos baterias, … a Quaresma seria o tempo de recarregá-las.

Mas não somos nenhuma dessas quatro coisas.

Somos pessoas que, talvez, muitas vezes fazemos coisas erradas e precisamos de nos arrependermo-nos delas. Daí a necessidade de nos confessarmos.

Somos pessoas que muitas vezes nos deixamos levar pelo nosso egoísmo e que precisamos de começar a pensar nos outros. Daí a necessidade da esmola.

Somos pessoas que muitas vezes, perdemos de vista o fim para o qual fomos criados por Deus. Precisamos, pois, de recuperar a visão. Daí a necessidade da oração.

Essa é a razão pela qual celebramos a Quaresma.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

I Domingo da Quaresma



Bons desejos todos temos.
Bons propósitos, sobretudo no começo da Quaresma, não faltam.
Mas nada disso consegue mudar o nosso coração, a nossa vida.
Vamos decidir uma vez por todas, a deixar Deus agir em nós, à sua vontade.
E veremos que o fogo, que em nós está apagado, Ele o acenderá; que toda a velhice que nos paralisa, ele a rejuvenescerá; o que está torto na nossa vida, Ele o endireitará; o que jaz por terra, Ele o levantará; o que está morto, Ele o fará viver. Então tudo será diferente, até o nosso pecado, Ele fará motivo de vida renovada.

Antes da Pascoa, a Igreja convida-nos a prepararmos durante a Quaresma, tempo «forte» de conversão, a renunciar a todo o mal e a viver como cristãos felizes.

Evangelho (Lc 4,1-13)

Reflexão

As tentações de Jesus

Jesus esteve no deserto durante quarenta dias onde foi tentado pelo demónio. Foram três as tentações.
Será que Ele resistiu a todas?...

1- Qual foi a primeira tentação?

Mudar as pedras em pão.
Se Jesus tinha fome e era filho de Deus, por que é que não fazia um milagre a seu favor, mudando as pedras do deserto em saboroso pão?
Jesus é tentado, na sua relação com as coisas, a ter uma vida sem dificuldades a vencer, sem ser preciso trabalhar, sem ser necessário fazer esforços e cansar-se.

Que respondeu Jesus?
Nem só de pão vive o homem.

2- Qual foi a segunda tentação?

Ter muito poder.
Se Jesus era o Filho de Deus, por que é que não se assemelhava aos grandes deste mundo, dono de muitas riquezas, com muitos empregados a servi-lo?
Jesus é tentado, na sua relação com as pessoas, a dominar, a humilhar, a subjugar as pessoas, em vez de estar para servir e para dar a vida por toda a gente.

Que respondeu Jesus?
Ao Senhor teu Deus, é que hás-de adorar.

3- Qual foi a terceira tentação?

Ter muita fama.
O tentador disse-lhe que se atirasse da torre abaixo, porque Deus, se é verdade que o ama, mandaria os seus anjos para o ampararem. Seria um espectáculo.
Jesus é tentado na sua relação com Deus, a manipulá-lo, a exigir que faça a sua vontade. O querer que Deus faça um milagre só para ele, Jesus, se tornar famoso.

Que respondeu Jesus?
Não tentarás o Senhor, teu Deus.


Acção de Graças

Também nós hoje somos tentados de muitas e variadas formas. Na maneira como nos servimos dos bens deste mundo, na maneira como tratamos os outros, na maneira como nos relacionamos com Deus.
E quais são as tentações?

(dois jovens um vestido de negro, faz de tentador e o outro, vestido de branco, faz de cristão resistente. É um dialogo entre o «homem velho» e o «homem novo».
Entre cada tentação, uma pequena pausa ou algum acorde musical)


1- Jovem, por que é que não pensas em curtir a vida, em divertir-te? Serás feliz.
2- Nem só de diversões vive o homem. Não chegam para saciar a nossa sede de felicidade. Precisamos da Palavra de Deus.

1- Jovem, por que é que não pensas em ser muito rico? Toda a gente procura a felicidade no dinheiro.
2- Não se pode servir a dois senhores: ou se serve a Deus ou ao dinheiro. Prefiro servir a Deus, que é a minha riqueza.

1- Jovem, por que é que não te preocupas apenas pelos teus interesses, ignorando os outros? Assim viverás mais comodamente.
2- Recebi de Jesus, como mandamento novo, que amasse os outros como ele nos amou, isto é, amar até dar a vida. Amar, dá felicidade.

1- Jovem, por que é que hás-de gastar tempo a rezar? É um tempo gasto inutilmente, que podes ocupar noutras coisas.
2- Jesus diz-nos que devemos rezar sem desfalecer. A oração para nós não é perda de tempo mas tempo forte que dá força, coragem, esperança, paz.

1- Jovem, por que é que te interessas tanto pelas crianças pobres que andam na rua, pelos emigrantes que são explorados, pelos que sofrem injustiças? Deixa isso para os governantes. Não compliques a vida.
2- Sei que, no fim da vida, seremos julgados pelo que fizemos aos outros. Felizes, nesse dia, os que partilharem o pão, que acolheram os abandonados, que defenderam os fracos, que trabalharam pela justiça e pela paz.

Será cada um de nós a escolher. Ou o caminho do bem ou o caminho do mal. Felizes os que optarem pela Palavra de Jesus, porque saborearão a alegria da Páscoa.
Jejuar, nesta Quaresma, é escolher o caminho do bem. Mesmo que seja difícil. Mesmo que seja preciso ir contra a corrente.
Há alguma coisa de belo que não custe esforço?


Levar para casa

A verdadeira Quaresma não é viver na tristeza; mas, é encontrar o sabor do essencial e viver feliz.
A verdadeira Quaresma não é desprezar as alegrias e os prazeres legítimos da vida; mas é aprender a agradecer a Deus, por tudo o que nos dá.
A verdadeira Quaresma não é arrastar-se com o saco e a cinza; mas é a alegria de se encontrar, face a face, com Deus na nudez do nosso pecado, e implorar o manto da sua graça e do seu perdão.



As Tentações de Jesus

Naquele tempo, Jesus, cheio do Espírito Santo, retirou-Se das margens do Jordão.

Durante quarenta dias,esteve no deserto, conduzido pelo Espírito,e foi tentado pelo diabo.
Nesses dias não comeu nada e, passado esse tempo, sentiu fome.

«Se és Filho de Deus, manda a esta pedra que se transforme em pão».

Jesus respondeu-lhe:
«Está escrito:‘Nem só de pão vive o homem’».



O diabo levou-O a um lugar alto e mostrou-Lhe todos os reinos da terra e disse-Lhe:
«Eu Te darei todo este poder e a glória destes reinos, se Te prostrares diante de mim».

Jesus respondeu-lhe:
«Está escrito: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele prestarás culto’»



Então o demónio levou-O ao pináculo do Templo e disse-Lhe:
«Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo, porque está escrito: «Deus encarregará os anjos para cuidarem de ti. Amparar-te-ão nas suas mãos para que não tropeces em nenhuma pedra.

Jesus respondeu-lhe:
Afasta-te de mim Satanás. Também está escrito: «Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele prestarás culto».



Então o diabo, tendo terminado toda a espécie de tentação, retirou-se da presença de Jesus.

E vieram anjos do céu que o serviram.



As Tentações de Jesus (encenação)

(Mt 4, 1-11; Lc 4, 1-13)

Personagens:
Narrador
Jesus
Demónio 1
Demónio 2
Dois anjos

Narrador - Naquele tempo, Jesus, cheio do Espírito Santo, retirou-se para o deserto.

(Jesus aparece caminhando lentamente até ao centro. Ajoelha-se e reza. Música muito suave.)


Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, no final sentiu fome.

(Jesus levanta-se lentamente e olha de um lado para o outro como se procurasse algo de comer. Cessa a música.
Começa uma outra música estridente e aparece o demónio. Este aproxima-se de Jesus com movimentos bruscos e Jesus recua surpreendido. Ao falar cessa a música.)


Demónio 1 – Olá Jesus, sou teu admirador. Quero dizer-te uma coisa. Sabes como há tantos pobres que passam fome! Precisam de comer. Olha para aquelas pedras. Se és Filho de Deus, faz com que estas pedras se transformem em pão.

Jesus (Afastando-se diz lenta e claramente) – Está escrito: «Nem só de pão vive o homem».

Demónio 1 (insiste) – Mas Jesus, se converteres as pedras em pão, ajudarás a muita gente e também deixarás de ter fome.

Jesus – Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

Demónio 1 – Venceste-me. Mas não irei desistir.

(Retira-se ao som de música estridente. Jesus fica a orar.)

Narrador – Segunda tentação. O demónio levou Jesus à cidade santa. Colocou-o no pináculo do Templo. E eis que…

Demónio 1 (O demónio regressa acompanhado de um colega e com uma escada. Convida Jesus a subir à escada e a olhar para a assembleia)
– Olha Jesus, quanta gente que nos contempla. Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! Atira-te, não tenhas medo.

Demónio 2 – Atira-te, porque está escrito: «Deus encarregará os anjos para cuidarem de ti». Amparar-te-ão nas suas mãos para que não tropeces em nenhuma pedra.

Demónio 1 – Atira-te daí abaixo. Não tenhas medo!

Jesus (Enérgico e afastando-se deles)
- Também está escrito: «Não tentarás ao Senhor teu Deus».

Demónio 2 – Olha que, se te deitares daí abaixo darás um grande espectáculo e amanhã todos os jornais, televisão, rádios e internet falarão de ti.

Jesus – Não tentarás ao Senhor teu Deus.

Demónio 1 - Venceste-me mais uma vez. Mas não hei-de desistir.

(Retiram-se os dois para um lugar à parte e falam um com o outro. Jesus coloca-se de novo em oração)


Narrador – Depois destas duas tentações, o demónio levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-lhes todos os reinos deste mundo. E eis que…

Demónio 1 (Ao som de musica estridente, aproxima-se de Jesus juntamente com o colega. Levantam Jesus e colocam-no sobre um pequeno banco)
- Olha Jesus para este reino. Vês como é rico e poderoso. Olha quantas riquezas! Que te parece? Escuta uma coisa: Tudo isto te darei, se prostrado me adorares.

Jesus (Aborrecido) – O que é que estás a dizer?

Demónio 1 – Não vês ao longe grandes cidades? Se me adorares, tudo será teu.

Jesus – Afasta-te de mim Satanás. Não me tentes.

Demónio 2 – Não queres possuir todos os bens deste mundo? Vamos! Adora-me e tudo será teu.

Jesus – Afasta-te de mim. Também está escrito: «Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele prestarás culto».

Demónio 1 – Dou-me por vencido. Buscarei outra ocasião para te convencer.

(Os demónios retiram-se ao som de musica estridente)

Narrador – Foi então que o demónio o deixou. E vieram anjos do céu que o serviram.

(Entram duas crianças vestidas de branco, cada qual com uma bandeja. Passado algum tempo retiram-se com Jesus ao som de uma musica forte e alegre).


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Quarta-Feira de Cinzas


A grande caminhada dos 90 dias de Páscoa começa com o SINAL DAS CINZAS.
Este sinal quer lembrar-nos que somos pó, isto é, que sozinhos não somos nada.
Com o amor de Deus a envolver-nos somos "obra das mãos de Deus".
Por vezes tomamos caminhos sem saída; ou um caminho mais longo.
Pior ainda: a meio do percurso, constatamos que vamos em sentido oposto.
A solução?
Arrepiar caminho.
É o que significa a palavra Conversão tanto falada durante o tempo da Quaresma.
Deixemos pois os caminhos que temos seguido e nos levam a «impasses».
Tomemos os caminhos do amor de Deus e do próximo, no começo desta Quaresma, e assim, chegaremos à Pascoa feliz da Ressurreição.


Meditar Um pouco de cinza…

• Um pouco de cinza e de pó: Deus os recolhe e lhes insufla a sua vida.
Se for preciso descer aos sulcos da terra, é para germinar, e se levantar como Cristo, saído glorioso do seu túmulo escuro.

• Um pouco de cinza e o coração em oração: Deus nos encontra e nos fala do seu amor.
Se for preciso descer ao íntimo de nós mesmos, é para beber a água viva, que jorra em nós.

• Um pouco de cinza e o pão do reino: Deus nos convida a ter outras fomes.
Se for preciso descer à mesa dos pobres, é para oferecer a felicidade do festim de Deus.

• Um pouco de cinza e alguns passos pela justiça: Deus nos convida a viver o seu combate, por um mundo melhor.
Se for preciso descer ao meio das nossas aldeias, vilas e cidades, é para aí construir uma vida nova, na rocha firme que é Cristo.

• Um pouco de cinza e lábios que sorriem, depois de se terem crispado: Deus acompanha-nos no perdão e no esquecimento das ofensas recebidas.
Se for preciso descer e caminhar ao encontro dos outros, que nos voltaram as costas, é para fazer nascer um povo de irmãos.


Levar para casa

A Quaresma não é o tempo em que tomamos consciência do nosso pecado, mas da grandeza espiritual a que somos chamados.

A Quaresma não é o tempo de sacrificar o corpo, mas de libertar, no nosso coração, as energias de amor e de solidariedade, que Deus nele depositou.

A Quaresma não é o tempo de se vestir de preto, ou de saco como os antigos penitentes, mas é o tempo de tirar o pó acumulado na nossa vida, e dar-lhe a beleza baptismal.


sábado, 13 de fevereiro de 2010

S. Valentim


São várias as teorias sobre a origem de São Valentim e a sua associação ao Dia dos Namorados.

A teoria mais simplista apresenta São Valentim como um simples mártir que, em meados do séc. III d.C., recusou abdicar da fé cristã que professava.

A outra teoria, mais elaborada, defende que, na mesma altura, o Imperador Romano Claudius II teria proibido os casamentos, de forma a angariar mais soldados para as frentes das suas batalhas.

No entanto, um sacerdote de nome Valentim, teria violado o decreto imperial, realizando casamentos em segredo.

Após ter sido descoberto, Valentim foi preso, torturado e condenado à morte.

Enquanto esteve na prisão, ele teria recebido muitas mensagens de encorajamento e flores das pessoas que acreditavam no amor.

Surgiu também, durante o seu cativeiro, uma mulher de nome Júlia, filha do seu carcereiro, cega desde nascença, que visitara-o com alguma frequência levando-lhe comida e muita conversa.

Diz a história que Valentim, sensibilizado com o problema de Júlia, implorou diariamente a Deus para que a fizesse recuperar a visão.

Certo dia, durante uma das suas visitas, uma luz iluminou a cela e Júlia começou a chorar… ela começou a ver.
Perante este milagre, toda a sua família converteu-se ao Cristianismo.
Claudius II, sabendo desta história e percebendo que Valentim não tinha renunciado o seu Deus, condenou-o à morte.

Ambas as teorias defendem que São Valentim fora um sacerdote cristão, fora mártir e que teria sido morto a 14 de Fevereiro de 269 d.C.

Image du Blog perolascraps.centerblog.net

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Bem-Aventuranças



As bem-aventuranças recolhem o ideal de Jesus e propõem um estilo de vida que deve caracterizar os cristãos.
É um ideal atraente, mas difícil.
Qualquer pessoa sensata o aceita e se esforça por alcançá-lo.
Nas bem-aventuranças está condensada a maneira certa de viver, que é, no fundo, a que está de acordo com a consciência. Se perseguimos este ideal, passaremos pela terra a fazer o bem e melhoraremos a história humana.
Caso contrário, estragaremos a nossa vida e a vida dos outros.

Preparar um puzzle de quatro peças que, depois de composto, forma uma imagem bela como uma flor, uma bela paisagem ou um arco-íris, etc. quatro crianças irão apresentando as peças e colocando-as no sítio, no momento oportuno.

Primeira:

Felizes os pobres

(Uma criança coloca a primeira peça no cartaz).


Quem são os pobres? Serão os que não têm o dinheiro necessário para viver dignamente, os que não têm roupas para vestir ou casa para habitar? Não, pois estas coisas são precisas para viver.

São pobres os que não têm o coração tão apegado às coisas. E vivem uma vida sóbria, sem gastos supérfluos. E sempre que podem, repartem gratuitamente os seus bens pelos necessitados.

Somos pobres segundo o Evangelho?

Segunda:

Felizes os que têm fome.

(Uma criança coloca a segunda peça no cartaz).

Quem são os que têm fome? Serão os que não têm o necessário para comer, os que lá longe morrem todos os dias de fome? Não pode ser, pois a fome no mundo é um escândalo.

Os que têm fome são os que têm fome de um outro alimento que é o Pão da Palavra de Deus. é um alimento que nos alimenta, pois dá-nos a energia e a vida necessárias para viver como Jesus viveu.

Somos dos que têm fome da Palavra?

Terceira:

Felizes os que choram.

(Uma criança coloca a terceira peça no cartaz).

Quem são os que choram? Serão os que andam tristes, aflitos, com vontade de chorar? Não, certamente, porque Jesus é o nosso amigo e não gosta de ver os seus amigos tristes.

Os que choram são os que são solidários com as pessoas, sobretudo quando estão tristes. São os que se aproximam dos que estão sós e lhes dão companhia, dos que choram e lhes oferecem uma flor.

Somos dos que são solidários?

Quarta:

Felizes os perseguidos.

(Uma criança coloca a quarta peça no cartaz).

Quem são os perseguidos? São os que não têm medo de serem rejeitados, insultados ou gozados pelos companheiros, por serem cristãos. Nesses momentos, são fortes e não renegam a sua fé.

Somos perseguidos por causa da fé?




sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Via-Sacra (encenada)



Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém

Personagens:
Jesus
Discípulos
Multidão

Narrador – Estava próxima a festa da Páscoa e Jesus dirigiu-se para Jerusalém. Uma grande multidão que viera para a festa, ao saber que Jesus se aproximava, começaram a louvar e a bendizer a Deus por todos os milagres que tinham presenciado. Cortaram ramos de palmeiras e de oliveiras e saíram ao seu encontro cantando de alegria dizendo:

«Hossana, Hossana ao filho de David.
Bendito o que vem em nome do senhor,
Hossana, Hossana nas alturas.»

(uma multidão agita ramos de oliveira e palmeiras. Jesus aparece rodeado pelos seus discípulos)


A Ultima Ceia

Personagens:
Jesus
Simão Pedro
Judas
João
Discípulos

Narrador – Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai reuniu os seus discípulos pela ultima vez.

Jesus levantou-se, tirou o manto que cobria os seus ombros, pegou numa toalha e atou-a à cintura. Depois deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos seus discípulos e de seguida enxugava-os com a toalha que atara á cintura.
Chegando a Simão Pedro, este muito indignado diz-lhe:

Simão Pedro – Senhor, tu é que me lavas os pés?

Jesus – O que eu estou a fazer tu não o entendes por agora Simão Pedro, mas hás-de compreende-lo mais tarde.

Simão Pedro – Não! Isso não! Tu nunca me hás-de lavar os pés.

Jesus – Se eu não te lavar os pés, nada terás a haver comigo.

Simão Pedro – Ó Senhor, então não só os pés mas também as mãos e a cabeça.

Jesus – Quem tomou banho não precisa de lavar senão os pés, pois está todo limpo. E vós estais limpos, mas não todos.

Narrador – Jesus bem sabia que um dos seus discípulos o ia entregar, por isso é que disse a Simão Pedro que ‘nem todos estavam limpos’.

Depois de lhes ter lavado os pés e de colocar novamente o seu manto pelas costas, sentou-se á mesa junto dos seus discípulos.
Virando-se para eles disse-lhes:

Jesus – Compreendeis o que vos fiz?
Vós chamastes Mestre e Senhor, e disseram bem, porque o sou mesmo.
Ora se eu vos lavei os pés sendo Senhor e Mestre, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.
Dei-vos o exemplo para que, tal como Eu vos fiz, o façais vós também.
Em verdade vos digo; quem recebe aquele que Eu enviar é a mim que recebe, e quem recebe a mim recebe aquele que me enviou.

Narrador – Depois de ter dito tudo isto, Jesus perturbou-se interiormente e disse:

Jesus – Um de vós vai entregar-me.

João – Senhor quem é? Serei eu?

Jesus – É aquele a quem eu der um bocado de pão ensopado.

Narrador – Jesus molhando um pedaço de pão no vinho deu-o em seguida a Judas Iscariotes.

Judas – Porventura sou eu, Mestre?

Jesus – Tu o disseste. Vai… o que tens a fazer fá-lo depressa.

Narrador – Judas levanta-se da mesa. Ele sai deixando todos admirados e consigo leva o saco onde estão as 30 moedas de prata pagas pelo beijo de traição dado a Jesus.

Sabendo Jesus que estava perto a sua hora de passar deste mundo para o Pai, não quis partir sem realizar um dos maiores milagres que ainda hoje se realiza em cada eucaristia.

Enquanto comiam Jesus pegou num pão e depois de pronunciar a bênção partiu-o e deu-o aos seus discípulos dizendo:

Jesus – Tomai todos e comei, isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós.

Narrador – Depois tomou o cálice, deu graças e disse:

Jesus – Tomai todos e bebei, isto é o meu sangue da aliança que vai ser derramado por todos vós.
Fazei isto em memória de mim.

Levantai-vos e vamos daqui, pois está a chegar a minha hora.


Jesus no Horto das Oliveiras


Personagens:
Jesus
Simão Pedro
Judas
Discípulos
Soldado 1
Soldado 2
Criada
Homem 1
Homem 2
Multidão

Narrador – Terminada a ultima ceia, Jesus e seus discípulos foram para um lugar chamado Getsémani conhecido pelo jardim das oliveiras.

Jesus – Ficai aqui enquanto vou orar.

Narrador - Jesus afasta-se e caindo por terra reza a Seu Pai…

Jesus – Abba, se é possível afasta de mim este cálice, mas, que não seja feita a minha vontade mas sim a Tua vontade.

Narrador – Voltando Jesus para junto dos seus discípulos encontra-os a dormir.
Mas depressa acorda-os.

Jesus - Dormes, Simão Pedro? Não pudeste vigiar uma hora?

Levantai-vos! Já se aproxima a hora em que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores.
Está perto aquele que me vai entregar.

Narrador - Judas acompanhado pelos soldados e uma multidão aproxima-se de Jesus. Chegando perto, Judas vai até junto de Jesus e beija-o no rosto…

Judas – Mestre!

Jesus – Judas é com um beijo que entregas o Filho do Homem?

Judas – É Ele… depressa, prendam-lhe.

Jesus – Viestes prender-me com espadas e varapaus como se eu fosse um ladrão!... Estava todos os dias sentado no tempo a ensinar e não me prendestes!... Mas tudo isto acontece para que se cumprem as Escrituras dos profetas.

Narrador - Os soldados prendem Jesus, amarram e levam-no. Quando chegaram à entrada do palácio os soldados e Jesus seguem o seu caminho enquanto a multidão incluindo Pedro ficam para trás.
O dia está frio e Pedro para se aquecer e saber de alguma novidade de Jesus, junta-se a dois homens e uma criada que estão junto a uma fogueira.
A criada olhando fixamente para Pedro aponta-lhe o dedo…

Criada – Este também estava com Ele!

Pedro – EU?... Não o conheço, mulher!

Homem 1 – Sim, tu também és dos tais…!

Pedro – Não! Não o sou!

Homem 2 – Com certeza que este estava com ele!
Pois, olhem para ele também é Galileu!

Pedro – Homem! Não sei o que dizes!

Narrador - E nesse instante um galo cantou, tal como Jesus tinha dito a Pedro quando este o negasse 3 vezes.


Musica ou um cântico


1ª Estação: Jesus é condenado à morte.

Personagens:
Pilatos
Jesus
Soldados
Barrabás
Multidão

Narrador – Os que tinham prendido Jesus conduziram-no á presença do governador de nome Pilatos.

Soldado 1 – Aqui está o Rei dos Judeus!

Pilatos – Tu és o Rei dos Judeus?

Jesus – Tu o disseste…

Multidão - Blasfémia! Mentira! Traidor!...

Pilatos – Não dizes nada? Vê de quantas coisas Te acusam!

Multidão – Crucifica-o! Crucifica-o!

Pilatos – Silencio!... É costume todos os anos pela Páscoa soltar um prisioneiro…
Trazei-me o ladrão e criminoso Barrabás.

E agora meu povo, quem quereis que solte?
Barrabás… ou Jesus chamado Cristo?

Multidão - Barrabás… Barrabás… Barrabás…

Pilatos – Então que quereis que faça ao Rei dos Judeus?

Multidão – Crucifica-O! Crucifica-O!

Narrador – Pilatos vendo que a revolta da multidão aumentava cada vez mais, manda vir uma envasilha de água.

Pilatos – Daqui lavo as minhas mãos. Estou inocente deste sangue.
Tomai-o vós e crucificai-o porque eu não encontro n’Ele crime algum.


2ª Estação: Jesus leva a sua cruz

Personagens:
Jesus
Dois soldados

Narrador - Os soldados conduziram Jesus para o pretório e lá despiram-no.
Bateram-lhe com os chicotes e colocaram nos seus ombros um manto de púrpura. Na cabeça uma coroa de espinhos e uma cana na sua mão direita.

Soldado 1 e 2 – Salve ó Rei dos Judeus! Salve ó Rei dos Judeus!

Narrador - Como se isso não chegasse colocam-lhe com grande brutalidade nos seus ombros uma cruz. Jesus recebe a sua cruz. Como ela é pesada. Tanta dor e sofrimento. Jesus segura a cruz curvado, dobrado, vergado. É um peso, um grande peso.


3ª Estação: Jesus cai pela primeira vez

Personagens:
Jesus
Soldados

Narrador - Jesus segue o seu caminho por meio da multidão. Jesus cai. Os soldados puxam por Ele…

Soldados – Levanta-te! Não consegues andar?! Vamos lá! Depressa! De pé!

Narrador - Jesus levanta-se com muito esforço e continua o seu caminho.


4ª Estação: Jesus encontra a sua Mãe

Personagens:
Jesus
Soldados
Maria sua Mãe

Narrador - No caminho do sofrimento, dá-se o encontro de Maria com o seu Filho.
O seu coração é trespassado por uma lança ao ver o sofrimento de Jesus. Os seus olhos estão arrasados de lágrimas.
Maria encontra-se com Jesus para o olhar nos olhos e dizer-lhe o quanto ama nesta hora tão difícil.

Soldados – Afasta-te mulher! Deixa-O continuar! Para traz! Vamos a caminho!

Narrador - Maria não compreende o motivo porque todos ali á volta apontam o dedo a Jesus. O seu sofrimento á tão grande ao ver Jesus assim ferido e agredido por todos.


5ª Estação: Simão de Cirene leva a cruz de Jesus

Personagens:
Jesus
Simão de Cirene (Cireneu)
Soldados

Narrador - Jesus caminha entre a multidão.
Onde estão os seus amigos?
Onde estão aqueles que Jesus curou?
Onde estão aqueles a quem Jesus restituiu a alegria de viver e devolveu a esperança?
Ninguém se preocupa com Jesus.
Ninguém levanta uma mão para ajudar Jesus com a sua cruz.
Jesus cada vez está mais fraco e os soldados ao verem a sua fragilidade puxam do meio da multidão um homem, um tal Cireneu para ajudar Jesus.

Soldados – Tu aí ajuda-O! Não vá morrer antes de chegar ao destino!


6ª Estação: A Verónica enxuga o rosto do Senhor

Personagens:
Jesus
Soldados
Verónica

Narrador - O caminho é comprido e parece não ter fim.
Ao encontro de Jesus aparece uma mulher de nome Verónica, que não suporta mais ver o quanto um ser humano é tão maltratado e torturado sem ter culpa alguma.
Verónica avança na direcção de Jesus e enxuga-Lo o rosto.

Soldados – Afasta-te, deixa-O seguir! Vai-te embora!

Verónica - Olhem… olhem para isto. Vejam… vejam a face do meu Jesus.


7ª Estação: Jesus cai pela segunda vez

Personagens:
Jesus
Soldados

Narrador - Jesus volta a cair por terra. O caminho até ao Calvário é arrasador. Como é possível Jesus aguentar tanto sofrimento.

Soldados – Então vamos lá, levanta-te! Temos mais que fazer! Siga o caminho, vamos!


8ª Estação: Piedosas mulheres choram por Jesus

Personagens:
Jesus
Soldados
As mulheres

Narrador - No meio da multidão que está presente, há mulheres que choram á passagem de Jesus.
Elas olham para Jesus e para todas as feridas que ele tem no corpo.
As dores devem ser horríveis. Jesus apesar do cansaço e do esforço tem um momento para elas e dirige-lhes uma palavra de consolo.

Jesus – Mulheres, filhas de Jerusalém! Porque chorais por mim?
Chorai antes por vós e por vossos filhos!...


9ª Estação: Jesus cai pela terceira vez

Personagens:
Jesus
Soldados

Narrador - Jesus volta a cair pela terceira vez. A cruz nos seus ombros torna-se cada vez mais pesada. Mas não é o peso da cruz que o atormenta, mas sim o ódio que sente á sua volta, o ódio que sai do interior do coração dos homens.
Como pode Ele superar o peso de todo este ódio.
Como é possível ter forças para se levantar e continuar o caminho até ao calvário?
Como é possível manter-se de pé com todo aquele peso aos ombros?
E o coração de Jesus? Como estará o seu coração…
Ninguém compreende Jesus.
Ninguém olha para os seus olhos suplicantes a pedir ajuda.


10ª Estação: Jesus é despojado das suas vestes

Personagens:
Jesus
Soldados
Dois ladrões

Narrador - Chegaram ao lugar das execuções.
O lugar é chamado de ‘Golgota’ que quer dizer ‘lugar do crânio’.
Jesus está sem forças, sem defesa e completamente esgotado.
Tiraram-lhe as suas forças e a sua dignidade.
Agora também lhe tiram as suas roupas.

Soldado – Olhem a sua túnica. Vamos dividi-la ao meio.

Soldado – Não, não a rasguemos. Vamos antes jogar e tirar á sorte para ver qual de nós é que fica com ela.

Soldado – Ganhei, ganhei… é minha… a túnica é minha.

Jesus – Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem!

Narrador - Olhai para Jesus, Ele está despido como um pobre que nada possui.
Jesus chega à morte em total solidão.


11ª Estação: Jesus é pregado na cruz


Personagens:
Jesus
Soldados
Maria
João
Dois ladrões

Narrador - Chegou a hora do maior sofrimento…
Os soldados encostam Jesus á cruz.
Os seus braços são amarrados.
As suas mãos e pés são pregados com grandes pregos que lhe rasgam a pele de um lado ao outro.
Por cima da cabeça de Jesus colocam a inscrição “Jesus Nazareno Rei dos Judeus”.
Junto à cruz está Maria sua mãe e João o discípulo mais novo.
O coração de Maria está desfeito em mil pedaços. Ela já não tem lágrimas nem forças para suportar tanto sofrimento.

Maria – Meu filho, o que te fizeram meu filho…

Jesus – Mulher, daqui em diante João é o teu filho. João a partir de agora eis aí a tua mãe.


12ª Estação: Jesus morre na cruz

Personagens:
Jesus na cruz
Soldados
Ladrão bom
Ladrão mau

Narrador - Jesus é crucificado no meio de dois ladrões.

Ladrão mau – Tu não és o Messias? Se assim é desce dessa cruz e salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós.

Ladrão bom – Cala-te! Tu nem sequer temes a Deus? Tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça e estamos a pagar o castigo pelo mal que fizemos. Agora quanto a Jesus, que mal fez ele?
Jesus! Lembra-te de mim quando chegares ao teu Reino!

Jesus – Na verdade te digo! Hoje mesmo estarás comigo no Reino doa Céus!

Tenho sede!

Narrador – Por volta do meio-dia as trevas cobriram toda a região até ás três horas da tarde.
Nessa ultima hora Jesus exclama em voz alta…

Jesus – Meu Deus… Meu Deus porque me abandonaste?
Pai! Nas Tuas mãos entrego o meu espírito! Tudo está consumado!

Narrador – A terra tremeu, raios de luz iluminaram o céu e as rochas abriram-se.

Todos os soldados ali presentes vendo a revolta da natureza ficaram apavorados e de joelhos reconheceram que tinham crucificado um homem inocente.

Soldado 1 – Este era verdadeiramente o Filho de Deus.

Soldado 2 – Sim o Filho de Deus. Crucificamos um homem inocente.

Narrador – Jesus morreu ás três horas da tarde de sexta-feira.
Morreu no maior dos sofrimentos.


13ª Estação: Jesus é descido da cruz


Personagens:
Jesus
José de Arimateia
Dois homens
Maria

Narrador - José de Arimateia e dois homens desceram o corpo de Jesus da cruz.
Maria sua mãe aproxima-se e toma Jesus nos seus braços.
Não podemos imaginar o sofrimento de Maria ao ver nos seus braços o seu amado filho sem vida. Quantos beijos terá ela dado no rosto, nas mãos e nos pés do seu Divino Filho.
Ao contemplar Jesus, Maria lembraria certamente o menino que teve nos seus braços no presépio de Belém.


14ª Estação: Jesus é depositado no túmulo

Personagens:
Jesus
Maria
José de Arimateia
Dois homens

Narrador - Jesus é retirado dos braços de Maria.
É embrulhado num lençol e sepultado num túmulo. Ali fica o corpo de Jesus.
É o fim. Não se pode tocar, não se pode falar, não se pode ouvir.
Jesus desapareceu.
Onde está aquele que anunciava a Palavra da Vida.
O Senhor da Vida morreu.
Tudo acabou, tudo desapareceu.


15ª Estação: A ressurreição de Jesus

Personagens:
Jesus
Maria de Magdala
Anjos
Todos os participantes

Narrador – No primeiro dia da semana Maria de Magdala foi ao túmulo logo pela manhã. Ainda um pouco escuro viu retirada a pedra que tapava o sepulcro.
Olhando para dentro reparou que já não estava lá o corpo de Senhor.

Maria Magdala – Onde está o corpo do meu Senhor?
Para onde o levaram?

Narrador – Sem parar de chorar Maria de Magdala procura o Senhor sem o encontrar.
Em seu lugar encontra um homem todo vestido de branco.

Homem – Mulher, porque choras?

Maria Magdala – Levaram o corpo do meu Senhor e não sei onde o puseram.
Senhor, se foste tu que o levaste dizei-me onde o puseste, que eu vou busca-lo…

Jesus – Maria… Maria…

Maria Magdala – Mestre és Tu?... Mestre…

(aparecem vários anjos com uma vela na mão e colocam-se de ambos os lados de Jesus enquanto ouve-se musica do Aleluia)

Jesus – Vou partir para junto do meu Pai, mas antes de partir deixo-vos um mandamento novo;

“AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI”

Só assim tereis parte comigo no céu se realmente exercerdes o meu novo mandamento.
Eu estou convosco até ao fim dos tempos.

Narrador - A morte não tem a última palavra. Jesus ressuscita porque vence a morte. O plano de Deus é um plano de Vida, e a Ressurreição de Jesus, mostra-nos o grande amor de Deus por todos.
Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Só com Ele é possível liberdade, justiça e paz para todos os homens e mulheres do mundo.

(aparecem todos os participantes ao som do Aleluia)


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