terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Transfiguraçaõ de Jesus
Na tempestade, o marinheiro reencontra a esperança, vendo ao longe a luz do farol. O automobilista, bloqueado de noite na neve, encontra confiança vendo, ao longe as luzes do limpa-neve. O caminhante, solitário e exausto, retoma coragem, vendo ao longe, a luz fraca duma cabana.
Jesus antes da sua paixão, antecipa a três apóstolos a gloria da ressurreição, transfigurando-se diante deles.
Ele hoje mostra-se como alguém que já passou pela morte da cruz, que já chegou à gloria e que nos espera. Só nos resta segui-Lo, de coração convertido, e vontade confiante.
Evangelho Lc 9,28b-36
Reflexão
Hoje apresento a reflexão do evangelho sobre a forma de entrevista.
Temos aqui connosco três crianças (ou jovens) que nos ajudarão a perceber melhor o Evangelho que acabamos de escutar. São elas Pedro, Tiago e João, os três apóstolos que Jesus tomou para subirem com ele à montanha.
(Estas três crianças para serem identificadas trazem ao peito um cartaz com o devido nome de João, Tiago e Pedro. A entrevista pode ser feita entre catequista e crianças ou padre e crianças).
Conta-nos João, como é que tudo aconteceu.
João – Nós os três éramos os amigos preferidos de Jesus. Ele convidou-nos a irmos com ele para o silêncio da montanha. Quando chegou, começou a orar.
Embora cansado da subida, eu olhei para ele e fiquei impressionado com o aspecto do seu rosto. Já tinha visto algo de parecido mais vezes. Ele, quando falava com o Pai na oração, tinha um rosto tão belo que é impossível descrever.
O que mais me impressionou foi Jesus a rezar. Mais tarde ate lhe pedimos Senhor, ensina-nos a rezar como tu rezas.
João ficou maravilhado ao ver Jesus a rezar. E tu Tiago, que mais queres contar do que se passou na montanha?
Tiago – Eu estava com sono. Mas depois da oração, vi que apareceram dois homens e Jesus começou a falar com eles. Esses dois homens eram Moisés e Elias, que representavam a Lei e os Profetas. Percebi que falavam da morte de Jesus, iria ser morto em Jerusalém, mas ressuscitaria na manhã de Páscoa.
Eu e os meus colegas ficamos com mais coragem, pois afinal Jesus não iria acabar na morte. Deus iria dar-lhe uma vida nova e para sempre.
Este encontro foi então para vós como que um anúncio da Páscoa de Jesus.
Os três – Sim.
E tu Pedro, não queres dizer-nos o que aconteceu em seguida?
Pedro – Ao contemplar Jesus assim tão belo, como se antecipasse a sua ressurreição, disse a Jesus: «Que bom é estarmos aqui! Vamos fazer três tendas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias».
Sentia-me tão feliz junto a Jesus a contemplá-lo que não me importava de ficar ali toda a vida.
E chegastes a montar as três tendas?
Pedro – Não. Eu nem sabia o que estava a dizer. Ouviu-se ainda a voz de Deus a dizer: «Este é o meu Filho. Escutai-o!»
Depois Jesus voltou a ter a aparência do costume.
Descemos a montanha e voltamos para o trabalho de todos os dias.
(As crianças retiram-se)
Como Pedro no monte da Transfiguração, nós também dizemos: «Como é bom estar com Jesus!» é que ele nunca nos abandona. Vela sempre ao nosso lado como o maior dos nossos amigos. E tem muita força para nos amparar e salvar, porque é Filho de Deus.
Acção de graças
- Eu sei que estás comigo Jesus…
Quando os amigos me abandonarem e não tiver ninguém com quem desabafar, eu sei que estás comigo…
- Eu sei que estás comigo Jesus.
Quando me faltar a coragem para iniciar um novo dia de trabalho a exigir esforço, eu sei que estás comigo…
- Eu sei que estás comigo Jesus.
Quando me custar dizer a verdade ou tiver dificuldade em perdoar de todo o coração, eu sei que estás comigo…
- Eu sei que estás comigo Jesus.
Quando estiver sem alegria no meu coração e me irritar por tudo e por nada, eu sei que estás comigo…
- Eu sei que estás comigo Jesus.
Quando vier a doença e atirar-me para a cama e a obrigar-me a estar sem fazer nada, eu sei que estás comigo…
- Eu sei que estás comigo Jesus.
Eu sei que estás comigo para me escutares, me dares ânimo, seres a minha fortaleza e a minha salvação.
Contigo ao teu lado, não temerei.
Seremos aliados para sempre.
- Eu sei que estás sempre comigo Jesus.
Levar para casa
Enquanto orava, Jesus transfigurou-se.
Que esta Quaresma seja um tempo forte de oração pessoal e familiar.
Há momentos, em que os nossos pés derrapam, as nossas mãos nuas se despegam da muralha inclinada e rochosa da vida: a oração é a «argola espetada» na rocha.
Há ocasiões, em que o barco da nossa vida se agita, desnorteia na tempestade e perde confiança: a oração é a cabo fixado à âncora.
Há circunstâncias em que o nosso espírito anda à deriva, em que o sentido de orientação vagueia: a oração é a bússola que nos permite retomar o rumo certo.
Rezar é frequentar a Deus, agarrar-se a Ele, ligar-se com Ele.
Rezar é transfigurar-se progressivamente, diante de Deus, a exemplo de Cristo no monte Tabor.
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