sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Via-Sacra (encenada)



Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém

Personagens:
Jesus
Discípulos
Multidão

Narrador – Estava próxima a festa da Páscoa e Jesus dirigiu-se para Jerusalém. Uma grande multidão que viera para a festa, ao saber que Jesus se aproximava, começaram a louvar e a bendizer a Deus por todos os milagres que tinham presenciado. Cortaram ramos de palmeiras e de oliveiras e saíram ao seu encontro cantando de alegria dizendo:

«Hossana, Hossana ao filho de David.
Bendito o que vem em nome do senhor,
Hossana, Hossana nas alturas.»

(uma multidão agita ramos de oliveira e palmeiras. Jesus aparece rodeado pelos seus discípulos)


A Ultima Ceia

Personagens:
Jesus
Simão Pedro
Judas
João
Discípulos

Narrador – Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai reuniu os seus discípulos pela ultima vez.

Jesus levantou-se, tirou o manto que cobria os seus ombros, pegou numa toalha e atou-a à cintura. Depois deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos seus discípulos e de seguida enxugava-os com a toalha que atara á cintura.
Chegando a Simão Pedro, este muito indignado diz-lhe:

Simão Pedro – Senhor, tu é que me lavas os pés?

Jesus – O que eu estou a fazer tu não o entendes por agora Simão Pedro, mas hás-de compreende-lo mais tarde.

Simão Pedro – Não! Isso não! Tu nunca me hás-de lavar os pés.

Jesus – Se eu não te lavar os pés, nada terás a haver comigo.

Simão Pedro – Ó Senhor, então não só os pés mas também as mãos e a cabeça.

Jesus – Quem tomou banho não precisa de lavar senão os pés, pois está todo limpo. E vós estais limpos, mas não todos.

Narrador – Jesus bem sabia que um dos seus discípulos o ia entregar, por isso é que disse a Simão Pedro que ‘nem todos estavam limpos’.

Depois de lhes ter lavado os pés e de colocar novamente o seu manto pelas costas, sentou-se á mesa junto dos seus discípulos.
Virando-se para eles disse-lhes:

Jesus – Compreendeis o que vos fiz?
Vós chamastes Mestre e Senhor, e disseram bem, porque o sou mesmo.
Ora se eu vos lavei os pés sendo Senhor e Mestre, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.
Dei-vos o exemplo para que, tal como Eu vos fiz, o façais vós também.
Em verdade vos digo; quem recebe aquele que Eu enviar é a mim que recebe, e quem recebe a mim recebe aquele que me enviou.

Narrador – Depois de ter dito tudo isto, Jesus perturbou-se interiormente e disse:

Jesus – Um de vós vai entregar-me.

João – Senhor quem é? Serei eu?

Jesus – É aquele a quem eu der um bocado de pão ensopado.

Narrador – Jesus molhando um pedaço de pão no vinho deu-o em seguida a Judas Iscariotes.

Judas – Porventura sou eu, Mestre?

Jesus – Tu o disseste. Vai… o que tens a fazer fá-lo depressa.

Narrador – Judas levanta-se da mesa. Ele sai deixando todos admirados e consigo leva o saco onde estão as 30 moedas de prata pagas pelo beijo de traição dado a Jesus.

Sabendo Jesus que estava perto a sua hora de passar deste mundo para o Pai, não quis partir sem realizar um dos maiores milagres que ainda hoje se realiza em cada eucaristia.

Enquanto comiam Jesus pegou num pão e depois de pronunciar a bênção partiu-o e deu-o aos seus discípulos dizendo:

Jesus – Tomai todos e comei, isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós.

Narrador – Depois tomou o cálice, deu graças e disse:

Jesus – Tomai todos e bebei, isto é o meu sangue da aliança que vai ser derramado por todos vós.
Fazei isto em memória de mim.

Levantai-vos e vamos daqui, pois está a chegar a minha hora.


Jesus no Horto das Oliveiras


Personagens:
Jesus
Simão Pedro
Judas
Discípulos
Soldado 1
Soldado 2
Criada
Homem 1
Homem 2
Multidão

Narrador – Terminada a ultima ceia, Jesus e seus discípulos foram para um lugar chamado Getsémani conhecido pelo jardim das oliveiras.

Jesus – Ficai aqui enquanto vou orar.

Narrador - Jesus afasta-se e caindo por terra reza a Seu Pai…

Jesus – Abba, se é possível afasta de mim este cálice, mas, que não seja feita a minha vontade mas sim a Tua vontade.

Narrador – Voltando Jesus para junto dos seus discípulos encontra-os a dormir.
Mas depressa acorda-os.

Jesus - Dormes, Simão Pedro? Não pudeste vigiar uma hora?

Levantai-vos! Já se aproxima a hora em que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores.
Está perto aquele que me vai entregar.

Narrador - Judas acompanhado pelos soldados e uma multidão aproxima-se de Jesus. Chegando perto, Judas vai até junto de Jesus e beija-o no rosto…

Judas – Mestre!

Jesus – Judas é com um beijo que entregas o Filho do Homem?

Judas – É Ele… depressa, prendam-lhe.

Jesus – Viestes prender-me com espadas e varapaus como se eu fosse um ladrão!... Estava todos os dias sentado no tempo a ensinar e não me prendestes!... Mas tudo isto acontece para que se cumprem as Escrituras dos profetas.

Narrador - Os soldados prendem Jesus, amarram e levam-no. Quando chegaram à entrada do palácio os soldados e Jesus seguem o seu caminho enquanto a multidão incluindo Pedro ficam para trás.
O dia está frio e Pedro para se aquecer e saber de alguma novidade de Jesus, junta-se a dois homens e uma criada que estão junto a uma fogueira.
A criada olhando fixamente para Pedro aponta-lhe o dedo…

Criada – Este também estava com Ele!

Pedro – EU?... Não o conheço, mulher!

Homem 1 – Sim, tu também és dos tais…!

Pedro – Não! Não o sou!

Homem 2 – Com certeza que este estava com ele!
Pois, olhem para ele também é Galileu!

Pedro – Homem! Não sei o que dizes!

Narrador - E nesse instante um galo cantou, tal como Jesus tinha dito a Pedro quando este o negasse 3 vezes.


Musica ou um cântico


1ª Estação: Jesus é condenado à morte.

Personagens:
Pilatos
Jesus
Soldados
Barrabás
Multidão

Narrador – Os que tinham prendido Jesus conduziram-no á presença do governador de nome Pilatos.

Soldado 1 – Aqui está o Rei dos Judeus!

Pilatos – Tu és o Rei dos Judeus?

Jesus – Tu o disseste…

Multidão - Blasfémia! Mentira! Traidor!...

Pilatos – Não dizes nada? Vê de quantas coisas Te acusam!

Multidão – Crucifica-o! Crucifica-o!

Pilatos – Silencio!... É costume todos os anos pela Páscoa soltar um prisioneiro…
Trazei-me o ladrão e criminoso Barrabás.

E agora meu povo, quem quereis que solte?
Barrabás… ou Jesus chamado Cristo?

Multidão - Barrabás… Barrabás… Barrabás…

Pilatos – Então que quereis que faça ao Rei dos Judeus?

Multidão – Crucifica-O! Crucifica-O!

Narrador – Pilatos vendo que a revolta da multidão aumentava cada vez mais, manda vir uma envasilha de água.

Pilatos – Daqui lavo as minhas mãos. Estou inocente deste sangue.
Tomai-o vós e crucificai-o porque eu não encontro n’Ele crime algum.


2ª Estação: Jesus leva a sua cruz

Personagens:
Jesus
Dois soldados

Narrador - Os soldados conduziram Jesus para o pretório e lá despiram-no.
Bateram-lhe com os chicotes e colocaram nos seus ombros um manto de púrpura. Na cabeça uma coroa de espinhos e uma cana na sua mão direita.

Soldado 1 e 2 – Salve ó Rei dos Judeus! Salve ó Rei dos Judeus!

Narrador - Como se isso não chegasse colocam-lhe com grande brutalidade nos seus ombros uma cruz. Jesus recebe a sua cruz. Como ela é pesada. Tanta dor e sofrimento. Jesus segura a cruz curvado, dobrado, vergado. É um peso, um grande peso.


3ª Estação: Jesus cai pela primeira vez

Personagens:
Jesus
Soldados

Narrador - Jesus segue o seu caminho por meio da multidão. Jesus cai. Os soldados puxam por Ele…

Soldados – Levanta-te! Não consegues andar?! Vamos lá! Depressa! De pé!

Narrador - Jesus levanta-se com muito esforço e continua o seu caminho.


4ª Estação: Jesus encontra a sua Mãe

Personagens:
Jesus
Soldados
Maria sua Mãe

Narrador - No caminho do sofrimento, dá-se o encontro de Maria com o seu Filho.
O seu coração é trespassado por uma lança ao ver o sofrimento de Jesus. Os seus olhos estão arrasados de lágrimas.
Maria encontra-se com Jesus para o olhar nos olhos e dizer-lhe o quanto ama nesta hora tão difícil.

Soldados – Afasta-te mulher! Deixa-O continuar! Para traz! Vamos a caminho!

Narrador - Maria não compreende o motivo porque todos ali á volta apontam o dedo a Jesus. O seu sofrimento á tão grande ao ver Jesus assim ferido e agredido por todos.


5ª Estação: Simão de Cirene leva a cruz de Jesus

Personagens:
Jesus
Simão de Cirene (Cireneu)
Soldados

Narrador - Jesus caminha entre a multidão.
Onde estão os seus amigos?
Onde estão aqueles que Jesus curou?
Onde estão aqueles a quem Jesus restituiu a alegria de viver e devolveu a esperança?
Ninguém se preocupa com Jesus.
Ninguém levanta uma mão para ajudar Jesus com a sua cruz.
Jesus cada vez está mais fraco e os soldados ao verem a sua fragilidade puxam do meio da multidão um homem, um tal Cireneu para ajudar Jesus.

Soldados – Tu aí ajuda-O! Não vá morrer antes de chegar ao destino!


6ª Estação: A Verónica enxuga o rosto do Senhor

Personagens:
Jesus
Soldados
Verónica

Narrador - O caminho é comprido e parece não ter fim.
Ao encontro de Jesus aparece uma mulher de nome Verónica, que não suporta mais ver o quanto um ser humano é tão maltratado e torturado sem ter culpa alguma.
Verónica avança na direcção de Jesus e enxuga-Lo o rosto.

Soldados – Afasta-te, deixa-O seguir! Vai-te embora!

Verónica - Olhem… olhem para isto. Vejam… vejam a face do meu Jesus.


7ª Estação: Jesus cai pela segunda vez

Personagens:
Jesus
Soldados

Narrador - Jesus volta a cair por terra. O caminho até ao Calvário é arrasador. Como é possível Jesus aguentar tanto sofrimento.

Soldados – Então vamos lá, levanta-te! Temos mais que fazer! Siga o caminho, vamos!


8ª Estação: Piedosas mulheres choram por Jesus

Personagens:
Jesus
Soldados
As mulheres

Narrador - No meio da multidão que está presente, há mulheres que choram á passagem de Jesus.
Elas olham para Jesus e para todas as feridas que ele tem no corpo.
As dores devem ser horríveis. Jesus apesar do cansaço e do esforço tem um momento para elas e dirige-lhes uma palavra de consolo.

Jesus – Mulheres, filhas de Jerusalém! Porque chorais por mim?
Chorai antes por vós e por vossos filhos!...


9ª Estação: Jesus cai pela terceira vez

Personagens:
Jesus
Soldados

Narrador - Jesus volta a cair pela terceira vez. A cruz nos seus ombros torna-se cada vez mais pesada. Mas não é o peso da cruz que o atormenta, mas sim o ódio que sente á sua volta, o ódio que sai do interior do coração dos homens.
Como pode Ele superar o peso de todo este ódio.
Como é possível ter forças para se levantar e continuar o caminho até ao calvário?
Como é possível manter-se de pé com todo aquele peso aos ombros?
E o coração de Jesus? Como estará o seu coração…
Ninguém compreende Jesus.
Ninguém olha para os seus olhos suplicantes a pedir ajuda.


10ª Estação: Jesus é despojado das suas vestes

Personagens:
Jesus
Soldados
Dois ladrões

Narrador - Chegaram ao lugar das execuções.
O lugar é chamado de ‘Golgota’ que quer dizer ‘lugar do crânio’.
Jesus está sem forças, sem defesa e completamente esgotado.
Tiraram-lhe as suas forças e a sua dignidade.
Agora também lhe tiram as suas roupas.

Soldado – Olhem a sua túnica. Vamos dividi-la ao meio.

Soldado – Não, não a rasguemos. Vamos antes jogar e tirar á sorte para ver qual de nós é que fica com ela.

Soldado – Ganhei, ganhei… é minha… a túnica é minha.

Jesus – Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem!

Narrador - Olhai para Jesus, Ele está despido como um pobre que nada possui.
Jesus chega à morte em total solidão.


11ª Estação: Jesus é pregado na cruz


Personagens:
Jesus
Soldados
Maria
João
Dois ladrões

Narrador - Chegou a hora do maior sofrimento…
Os soldados encostam Jesus á cruz.
Os seus braços são amarrados.
As suas mãos e pés são pregados com grandes pregos que lhe rasgam a pele de um lado ao outro.
Por cima da cabeça de Jesus colocam a inscrição “Jesus Nazareno Rei dos Judeus”.
Junto à cruz está Maria sua mãe e João o discípulo mais novo.
O coração de Maria está desfeito em mil pedaços. Ela já não tem lágrimas nem forças para suportar tanto sofrimento.

Maria – Meu filho, o que te fizeram meu filho…

Jesus – Mulher, daqui em diante João é o teu filho. João a partir de agora eis aí a tua mãe.


12ª Estação: Jesus morre na cruz

Personagens:
Jesus na cruz
Soldados
Ladrão bom
Ladrão mau

Narrador - Jesus é crucificado no meio de dois ladrões.

Ladrão mau – Tu não és o Messias? Se assim é desce dessa cruz e salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós.

Ladrão bom – Cala-te! Tu nem sequer temes a Deus? Tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça e estamos a pagar o castigo pelo mal que fizemos. Agora quanto a Jesus, que mal fez ele?
Jesus! Lembra-te de mim quando chegares ao teu Reino!

Jesus – Na verdade te digo! Hoje mesmo estarás comigo no Reino doa Céus!

Tenho sede!

Narrador – Por volta do meio-dia as trevas cobriram toda a região até ás três horas da tarde.
Nessa ultima hora Jesus exclama em voz alta…

Jesus – Meu Deus… Meu Deus porque me abandonaste?
Pai! Nas Tuas mãos entrego o meu espírito! Tudo está consumado!

Narrador – A terra tremeu, raios de luz iluminaram o céu e as rochas abriram-se.

Todos os soldados ali presentes vendo a revolta da natureza ficaram apavorados e de joelhos reconheceram que tinham crucificado um homem inocente.

Soldado 1 – Este era verdadeiramente o Filho de Deus.

Soldado 2 – Sim o Filho de Deus. Crucificamos um homem inocente.

Narrador – Jesus morreu ás três horas da tarde de sexta-feira.
Morreu no maior dos sofrimentos.


13ª Estação: Jesus é descido da cruz


Personagens:
Jesus
José de Arimateia
Dois homens
Maria

Narrador - José de Arimateia e dois homens desceram o corpo de Jesus da cruz.
Maria sua mãe aproxima-se e toma Jesus nos seus braços.
Não podemos imaginar o sofrimento de Maria ao ver nos seus braços o seu amado filho sem vida. Quantos beijos terá ela dado no rosto, nas mãos e nos pés do seu Divino Filho.
Ao contemplar Jesus, Maria lembraria certamente o menino que teve nos seus braços no presépio de Belém.


14ª Estação: Jesus é depositado no túmulo

Personagens:
Jesus
Maria
José de Arimateia
Dois homens

Narrador - Jesus é retirado dos braços de Maria.
É embrulhado num lençol e sepultado num túmulo. Ali fica o corpo de Jesus.
É o fim. Não se pode tocar, não se pode falar, não se pode ouvir.
Jesus desapareceu.
Onde está aquele que anunciava a Palavra da Vida.
O Senhor da Vida morreu.
Tudo acabou, tudo desapareceu.


15ª Estação: A ressurreição de Jesus

Personagens:
Jesus
Maria de Magdala
Anjos
Todos os participantes

Narrador – No primeiro dia da semana Maria de Magdala foi ao túmulo logo pela manhã. Ainda um pouco escuro viu retirada a pedra que tapava o sepulcro.
Olhando para dentro reparou que já não estava lá o corpo de Senhor.

Maria Magdala – Onde está o corpo do meu Senhor?
Para onde o levaram?

Narrador – Sem parar de chorar Maria de Magdala procura o Senhor sem o encontrar.
Em seu lugar encontra um homem todo vestido de branco.

Homem – Mulher, porque choras?

Maria Magdala – Levaram o corpo do meu Senhor e não sei onde o puseram.
Senhor, se foste tu que o levaste dizei-me onde o puseste, que eu vou busca-lo…

Jesus – Maria… Maria…

Maria Magdala – Mestre és Tu?... Mestre…

(aparecem vários anjos com uma vela na mão e colocam-se de ambos os lados de Jesus enquanto ouve-se musica do Aleluia)

Jesus – Vou partir para junto do meu Pai, mas antes de partir deixo-vos um mandamento novo;

“AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI”

Só assim tereis parte comigo no céu se realmente exercerdes o meu novo mandamento.
Eu estou convosco até ao fim dos tempos.

Narrador - A morte não tem a última palavra. Jesus ressuscita porque vence a morte. O plano de Deus é um plano de Vida, e a Ressurreição de Jesus, mostra-nos o grande amor de Deus por todos.
Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Só com Ele é possível liberdade, justiça e paz para todos os homens e mulheres do mundo.

(aparecem todos os participantes ao som do Aleluia)


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