Os frutos do Espirito Santo são perfeições que o Espirito Santo forma em nós, como primícias da glória eterna.
A tradição da Igreja, (inspirada num enxerto da Carta aos Gálatas Gal.5,22-23) enumera doze:
Caridade, Alegria, Paz, Paciência, Bondade, Longanimidade, Benignidade, Mansidão, Fé ou Fidelidade, Modéstia, Temperança e Castidade.
Podemos mencionar alguns frutos da Criação, de modo que eles nos evoquem recordem os doze frutos do Espirito santo. Mas para colher e acolher os frutos do Espirito Santo, aprendamos também a lição dos frutos da terra. Num caso, como noutro, «pelos frutos se conhece a árvore» (Mt.7,20), disse o Mestre.
1. Caridade – Morangos
A caridade ou o amor é o primeiro fruto do Espirito Santo.
É o vínculo da perfeição e a plenitude da Lei.
Os morangos são como que os vegetais corações das coisas, sinais da cor e do amor… do amor de Deus derramado em nossos corações, pelo Espirito Santo.
2. Alegria – Uvas
A alegria é um fruto semeado e plantado na vinha cavada no nosso coração.
As uvas é o precioso fruto do qual se faz o bom vinho, que alegra o coração do Homem.
O vinho, que quanto mais velho, mais guarda as virtudes do sabor e do gosto.
O Espirito dá-nos uma tal alegria que resiste ao tempo, é completa e ninguém mais no-la poderá tirar.
3. Paz – Azeitonas
A paz, anunciada no ramo de oliveira dos tempos de Noé é o fruto primeiro da Páscoa do Senhor.
A azeitona é apresentada no ramo pendurada, suspensa no bico da pomba… do Espirito.
Ela fala-nos da remotíssima interpenetração dos reinos minerais, vegetais e animais. Onde Deus, o Homem e a Criação repousam juntos.
«Dorme meu menino, que a mãezinha logo vem… Paz é saber que todos se amam e se querem bem».
4. Paciência – Nozes
A paciência é o fruto mais procurado no mercado da vida diária que tanto e sempre nos consome.
As nozes, é fruto que dura todo o ano, mulher de dentro de casa, dura por fora, doce por dentro, não tem presa, não tem voz.
Espera sempre por nós. Ensina-nos a paciência, a demora, entre a apanha e o sabor.
5. Bondade – Pêssego (peludo)
Bondade. Só um é bom, disse de si o próprio Jesus a um jovem preso ao seu olhar.
O pêssego tem a ternura de veludo macio.
O pêssego sabe que é preciso, porque o coração do homem anda vazio e a bondade já não mora na nossa face.
6. Longanimidade – Ananás
Longanimidade. Coração grande, alma cheia.
Aí está o ananas. Veio das terras de longe e traz uma mensagem quente de amor e a mistura viva do sangue da negritude e da sujeição… no largo espaço do perdão.
7. Benignidade – Laranja
Benignidade, que só vê e faz o bem, como o olhar puro da infância.
As laranjas antes de serem fruto, são mistério de perfume da infância.
Sol que é sumo de ouro refrescante no deserto das nossas vidas.
8. Mansidão – Cereja
Mansidão. Manso de coração, o Mestre deixa-se «comer» na Ceia e entrega-se em sacrifício na cruz, de braços abertos para o perdão.
As cerejas de pele lisa, deixam-se comer na generosa partilha dos pardais.
Comem-se no sossego dos portais de granito, quando a amizade passa de mão em mão…
9. Fidelidade (Fé) – Maçã
Fé e fidelidade são frutos da mesma raiz.
E a maçã que foi tentação e desvio, volta, para ser presença quotidiana e humilde em casa de pobres e ricos.
Fidelidade de todas as horas e dias.
10. Modéstia – Amêndoa
Modéstia. Para a dizer e ensinar quem como a amêndoa?
Dela sabemos o gosto austero e a dura condição.
Só a vê quem tem olhos limpos e conhece o valor dos pequenos gestos do coração.
11. Temperança – Limão
Temperança, doçura que não se desfaz, acidez sem veneno que não mata.
Limão que é amargo e doce.
Meu limão, meu limoeiro, minha sombra no jardim, fruto ácido, doce cheiro, és Espirito para mim.
12. Castidade – Castanha
Castidade, olhos puros de água cristalina, desejo de amor, sem vício da posse e do uso.
A castanha friorenta, agasalhada em roupas espinhosas e flanelas macias, vem no tempo das primeiras chuvas e traz o cheiro da terra molhada e fecunda.
Quer ser dádiva, segredo, certeza de que não estamos sós.
Por isso se mantém pura e resguardada para as núpcias da terra com o céu.
O mais importante é gostar dos frutos por eles serem o que são: química que não se cansa, transformação, dádiva, promessa de eterno regresso, certeza de que não estamos sós.
Vêm todos os anos como Cristo, agora e sempre e em cada dia, na força do Espirito, no Pão e no Vinho da Eucaristia.
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