domingo, 1 de abril de 2012

Uma festa, muitos símbolos

As festividades da Páscoa cristã não são só num dia, nem numa semana, mas duram perto de 50 dias. Aliás a Páscoa vive-se em cada domingo quando celebramos a eucaristia. Para a viver mais intensamente, a Igreja serve-se de muitos símbolos. 

Domingo de Ramos

Uma semana antes da Sua morte, Jesus entra festivamente em Jerusalém. Nesse dia, o povo aclamou-O nas ruas, agitando ramos de palmeira e oliveira e gritando «Hossana ao filho de David».
Hossana quer dizer «salvé».
Tal como naquele tempo, hoje o gesto de erguer e acenar com os ramos é um reconhecimento de que Jesus é o Rei e o Messias.
O Domingo de Ramos inaugura a Semana Santa.


Ceia 


Na Quinta-Feira Santa relembra-se a última ceia de Cristo com Seus discípulos.
Nela, Jesus instituiu a Eucaristia, isto é, o pão e o vinho passaram a simbolizar o Seu corpo e o Seu sangue.
 Naquela ceia, Jesus também constituiu os apóstolos como sacerdotes da nova relação (religião) com Deus, dizendo-lhes: «Fazei isto em memória de Mim.»


A Cruz e o cordeiro 


A cruz é o grande símbolo da Sexta-Feira Santa.
 Foi o meio da morte de Jesus, mas passou a ser o emblema da salvação que Ele trouxe com a Sua paixão.
Em muitas imagens, aparece um cordeiro na cruz. Ele simboliza Cristo.
«Cristo, o nosso cordeiro pascal, foi imolado», escreveu o apóstolo Paulo aos habitantes de Corinto (1Cor 5, 7).
A Páscoa dos judeus, memorial da libertação da escravidão do Egipto, previa o rito da imolação de um cordeiro por família.
Na sua paixão e morte, Jesus revela-Se como o Cordeiro de Deus imolado para tirar os pecados do mundo.


A grande vigília
No Sábado Santo celebra-se Vigília Pascal.
 Nela há vários símbolos.


O primeiro é o Círio Pascal. Trata-se de uma vela grande e grossa.
Acende-se pela primeira vez neste dia, e representa Cristo, que disse: «Eu sou a luz do mundo!»
Na vela estão a primeira e a última letras do abecedário grego – o alfa e o ómega –, que se referem também a Cristo, que afirmou: «Eu sou o princípio e o fim.»
No círio constam, ainda, os quatro algarismos do ano em curso, para lembrar a presença viva de Jesus, todos os dias.



Segue-se o símbolo da água.
É depositada na pia batismal e abençoada; depois, asperge-se com ela os fiéis.
A água é sinal do Batismo, que não é um banho, mas assinala o novo nascimento para a família de Deus, a Igreja.
Alude também à vitória sobre a morte: com Cristo, atravessamos o mar da morte – alusão à passagem do mar Vermelho pelo povo de Israel a sair da escravatura no Egipto – sem ficar lá.
E a água, que é garantia da vida, diz também que o Batismo é como uma nascente que alimenta a vida.
O ato de salpicar os fiéis com essa água quer dizer que os batizados são fontes de água viva para os demais.



Segue-se a leitura da Bíblia. Proclamam-se nove excertos, contando a História da Salvação.
A cada texto corresponde o canto de um poema sagrado, o salmo.
Antes da última leitura, entoa-se o Aleluia, que não se cantou durante a Quaresma.
Significa «Louvem!»; é um grande elogio.
O Aleluia é o cântico novo dos ressuscitados, porque a mão salvadora de Deus ressuscitou Jesus, livrou-O da morte e assegura-nos a mesma sorte.


As vestes brancas
 

No Domingo de Páscoa, solenidade da ressurreição de Jesus, toda a Igreja está em festa.
Também o templo, que é embelezado com flores abundantes.
As vestes do sacerdote são brancas.
São símbolo de alegria e de paz (não de um fantasma).
 E o mais importante deste dia é o anúncio da ressurreição de Jesus na proclamação das leituras.
De facto, o que acontece para além da morte é uma das questões que mais angustia cada pessoa.
A este enigma, a Páscoa responde que a morte não tem a última palavra, porque no fim quem triunfa é a Vida.
E esta certeza não se fundamenta sobre simples raciocínios humanos, mas sobre um dado histórico: Jesus Cristo, crucificado e sepultado, ressuscitou.
E Jesus ressuscitou para que também nós, acreditando n’Ele, possamos ter a vida eterna, porque Deus, autor e sustentador da vida, Ele mesmo vida eterna, não podia deixar os seus mortos para sempre no túmulo.
Desde a alvorada de Páscoa de Cristo, Ele mesmo vive em nós, e, n’Ele, podemos já saborear a alegria da vida eterna.

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