terça-feira, 1 de março de 2011

2- As verdades principais

13- Quais são as verdades principais da nossa fé?
São a Unidade e a Trindade de Deus, e a Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

14- Somente a fé nos faz conhecer estas verdades?
Que exista um só Deus, pode descobri-lo também a razão sozinha, sem a ajuda da fé, mas que este único Deus é em três Pessoas e que a segunda Pessoa Se tenha encarnado, sabemo-lo somente através da fé, isto é, sabemo-lo somente porque Deus no-lo revelou.

15- Como pode a razão descobrir que Deus existe?
Pode descobri-lo partindo da existência das coisas. Estas, revelam-se mutáveis, começam e terminam e, sendo assim, a sua existência não se explica se esta não se referir a um Ser eterno e imutável. E depois, se pensamos na extraordinária complexidade e na admirável ordem que se manifesta em particular nos seres vivos, devemos necessariamente admitir que estes seres foram projectados por uma Mente Suprema. A ordem do universo leva-nos à existência de um Ordenador. E como esta ordem está dentro das próprias coisas, este Ordenador deve ser também o Criador de todas as coisas.
Chega-se à existência de Deus também com este raciocínio: neste mundo sucede muitas vezes que os bons sofrem e os maus vivem tranquila e afortunadamente. Isto seria injusto e nós recusamo-nos a aceitá-lo. Assim, deve existir um Juiz Justo que, depois desta vida, premeie os bons e puna os maus. Este Juiz Justo é precisamente Deus. Se se nega Deus, desmorona-se toda a ordem mortal.
«Se Deus não existe, tudo é permitido», escrevia um grande romancista russo.

16- O que devemos então dizer da Santíssima Trindade?
Da santíssima Trindade devemos dizer que é uma verdade revelada por Deus, e que a nossa razão sozinha não poderia jamais descobri-la.

17- Em que consiste este mistério?
Este mistério consiste no facto de que o único Deus existe em três Pessoas iguais e distintas, que são respectivamente o Pai, o Filho, o Espírito Santo.

18- Mas como é possível que três realidades distintas sejam uma só coisa?
Isto pode tornar-se mais claro com um exemplo. Pensemos num triângulo equilátero. Os três ângulos são a mesma superfície, (o ângulo é uma parte do plano, isto é, uma superfície, como ensina a geometria). São a mesma superfície e mesmo assim são distintos entre eles, e inconfundíveis uns com os outros. Assim, as três Pessoas Divinas – o Pai, o Filho, o Espírito Santo – são o único Deus, e contudo são distintas entre elas, e inconfundíveis umas com as outras.

19- Qual é o segundo mistério principal da nossa fé?
O segundo mistério principal da nossa fé é a Encarnação, Paião, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

20- O que significa “Encarnação”?
“Encarnação” significa que a segunda Pessoa Divina, que é o Filho, nascido do Pai antes de todos os séculos, isto é na eternidade, a certa altura uniu a Si a natureza humana, e assim, sem deixar de ser Deus, tornou-se também homem. É aquilo que dizemos no Credo: «O Filho, nascido do Pai antes de todos os séculos, encarnou no seio da Virgem Maria e Se fez homem». Naturalmente sem deixar de ser Deus. portanto, em Jesus Cristo temos a única Pessoa do Filho, o Verbo, que tem duas naturezas: a natureza divina, que possui desde a eternidade, e a natureza humana, que começou a possuir a partir do momento da Encarnação.

21- Onde é que aparece no Evangelho esta verdade da nossa fé?
Aparece todas as vezes que Jesus, que era um verdadeiro homem, isto é que possuía uma verdadeira natureza humana, afirma ser também Deus. Por exemplo, quando diz: «Eu e o Pai somos Um» (Jo 10,30), e quando aprova a profissão de fé do Apostolo S. Tomé: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28).

22- Passamos agora ao mistério Eucarístico.
Existem mais dogmas da fé a respeito da Eucaristia?
Sim, a respeito da Eucaristia, a Igreja ensina-nos muitas coisas. E portanto, não basta um só dogma para exprimir este mistério.

23- Se alguém quiser aprofundar o mistério da Eucaristia de onde lhe é conveniente começar?
É-lhe conveniente começar pelo Evangelho, deixando-se guiar na sua leitura por aquilo que a Igreja ensina. Deste modo, no final, compreende que todos os dogmas que dizem respeito à Eucaristia, não são senão uma explicação clara e segura de tudo o que está contido no evangelho.

Antes de Jesus, que nos deixou o seu ensinamento no Evangelho, o povo hebreu tinha podido alimentar-se no deserto de uma comida miraculosa, o maná, um claro pré-anuncio do dom da Eucaristia.

(continuação)

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