
Utilidade, rentabilidade e racionalidade parecem ser palavras-chave da nossa sociedade. Só tem interesse o que serve para alcançar dinheiro, sucesso, fama. Neste clima as pessoas interrogam-se: Será útil rezar? Terá interesse fazer silêncio dentro e fora de nós para nos encontrarmos com Deus que nos quer dirigir palavras de amor? Além do mais, vivemos numa sociedade tão cheia de sons e imagens, que este silêncio só com alguma dificuldade se pode fazer.
Mesmo pertencendo ao domínio do gratuito, mesmo sendo o silêncio algo de nada fácil, o certo é que a oração é importante e até saudável. Que o digam todos os grandes orantes de todas as religiões antigas assim como os crentes das três grandes religiões monoteístas: Judaísmo, Islamismo e Cristianismo. A oração como o amor, pertence à esfera do gratuito: é gastar alegremente o tempo naquilo que é verdadeiramente fundamental: o sentido da vida.
A oração cristã, é necessário esclarecê-lo, tem como referência obrigatória a maneira de orar de Jesus Cristo. Ele, apesar de sempre muito ocupado, encontrava tempo para o silêncio e a contemplação: voltava-se para o Pai, que muito o amava. A sua oração era umas vezes de louvor («Eu te louvo, Pai…»), outras vezes de suplica («Pai, afasta de mim este cálice…»). Sempre uma oração confiante. E ensinou a orar aos seus discípulos.
Somos chamados a orar sempre, sem desfalecer. Uma oração que não é uma tentativa de manipular a vontade de Deus; que não é pedir-lhe o que não serviria para a nossa felicidade; que não é comprar-lhe favores egoístas. É uma oração que tem como objectivo escutar a Deus que nos fala de amigo para amigo e deseja que tenhamos vida plena e abundante.
Há pessoas que consagram a maior parte do dia a rezar: são os religiosos e as religiosas de vida contemplativa.




































